Mercado brasileiro de flores e plantas ornamentais emprega mais de 190 mil pessoas

17/09/2011 - 15h51

Da Agência Brasil

São Paulo - O mercado brasileiro de flores e plantas ornamentais deve fechar o ano com movimentação financeira em torno de R$ 4,4 bilhões. Segundo a Câmara Setorial Federal de Flores e Plantas, o segmento registrou crescimento de cerca 10%, nos últimos cinco anos, e já emprega 194 mil pessoas em todo o país. Para este ano, a expectativa é que haja alta de 12% no volume de negócios em relação a 2010.

“Esse desempenho é bem acima do Produto Interno Bruto [PIB], previsto para crescer [em torno de] 4% em 2011”, disse Kess Schoenmaker, presidente do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor) e de uma cooperativa que vende flores e plantas ornamentais. Ele destacou, entretanto, que, nos últimos dois meses, em decorrência da crise, a movimentação no setor foi um pouco menor, mas nada com impacto perceptível.

Segundo Schoenmaker, o mercado está em franca expansão e pode crescer ainda mais. “No Brasil cerca de 75% de toda a produção são consumidos pelas regiões Sul e Sudeste. As demais ficam com apenas 25%, por isso, são locais que merecem atenção, a fim de expandir a comercialização. Com as novas tecnologias e condições de transporte mais favoráveis, podemos entregar o produto em boas condições em um prazo mais extenso”, destacou. Para ele, essas evoluções tecnológicas, tanto no plantio como na logística, são o principal fator desse bom desempenho. “A satisfação do consumidor final tem aumentado muito, porque o produto está durando mais.”

Para o produtor de rosas Daniel Boersen, o desenvolvimento do setor é sólido e beneficia todos os elos da cadeia. Ele tem uma empresa familiar que cresceu 100% nos últimos dez anos. “Em 2001, eu tinha cerca de 60 funcionários, hoje tenho 120 pessoas trabalhando diretamente no meu empreendimento.”

Boersen acredita que a venda de flores e mudas por redes varejistas, que teve início há aproximadamente quatro anos, também é muito importante para o setor. “As pessoas vão ao supermercado e já levam um vasinho de flor para casa. Isso gerou nas pessoas o hábito de comprar plantas, o que é bastante positivo para o segmento.”

Outro ponto visto com otimismo pelo setor diz respeito às vendas online. No ano passado, esse tipo de comercialização teve um crescimento de 50% e a previsão é que o bom resultado se repita em 2011. “Esse tipo de venda ocorre em geral para o consumidor final, em sua maioria [são vendidos] buquês individuais. Não temos muita venda de atacado. Não representa uma parcela grande do volume total, mas a evolução acelerada merece atenção”, ressaltou Kess.

Segundo ele, trata-se de um mercado prioritariamente interno, já que a exportação não é um fator de peso para esse nicho. “O alto custo de produção devido à carga tributária, o câmbio desfavorável e o custo do transporte fazem com que o nosso preço não seja competitivo lá fora. Produzir uma rosa no Brasil é 30% mais caro do que na Colômbia ou no Equador.”


Com as limitações da expansão do mercado para o exterior, produtores brasileiros buscam ferramentas para fortalecer ainda mais a cultura de compra de plantas no país. Uma delas é a Expoflora, feira realizada anualmente no mês de setembro, na cidade paulista de Holambra. No ano passado, o evento foi responsável pela comercialização de cerca de 600 mil mudas de flores e plantas, e para este ano, a previsão é que 700 mil sejam vendidas. “É a maior feira do setor em toda a América Latina”, comentou Paulo Fernandes, coordenador do evento.

“Acreditamos que seja a principal oportunidade que o produtor tem de apresentar inovações ao consumidor final e medir sua aceitação. Todos os anos recebemos cerca de 300 mil visitantes. A feira dita as tendências do setor para o próximo ano”, complementou o coordenador.

Edição: Juliana Andrade