Da BBC Brasil
Brasília - Forças contrárias ao ditador líbio, Muammar Khadafi, preparam novos ataques para tentar tomar os principais focos de resistência do regime nas cidades de Bani Walid e Sirte, local de nascimento do coronel. Ontem (15), combatentes anti-Khadafi tiveram de recuar após enfrentarem artilharia das forças leais ao coronel.
Moussa Ibrahim, porta-voz de Muammar Khadafi, disse que a resistência vai continuar "por meses e meses".
Os confrontos nas duas cidades aconteceram no mesmo dia em que a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceram o Conselho Nacional de Transição (CNT), criado por opositores de Khadafi e que governa a Líbia interinamente, como representante legítimo do país na Assembleia Geral das Nações Unidas, que será aberta na semana que vem.
As forças anti-Khadafi entraram na região norte de Bani Walid, localizada 140 quilômetros a sudeste da capital líbia, Trípoli, ontem e inicialmente encontraram áreas desertas, abandonadas pelos moradores. Mas, ao tentarem avançar em direção ao centro da cidade, eles foram atacados por atiradores, que usaram morteiros e foguetes.
Em Sirte, também ontem, as forças anti-Khadafi tiveram de enfrentar artilharia vinda do alto de prédios e houve um violento confronto, com rajadas de metralhadoras e foguetes.
Segundo analistas, a conquista de Bani Walid, Sirte ou de ambas cidades poderá ter um efeito devastador para as forças leais a Khadafi e é possível que novos ataques das forças anti-Khadafi aconteçam ainda hoje.
O reconhecimento do CNT pela ONU foi obtido por 114 votos contra 17, a despeito da oposição de parte dos países da América Latina e da África, e permitirá que o presidente do conselho, Mustafa Abdul Jalil, participe da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, na semana que vem.
Autoridades americanas disseram que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vai se reunir com Abdul Jalil na terça-feira (20).
A ONU também aprovou uma resolução reduzindo as sanções à Líbia, incluindo a empresa estatal de petróleo e o banco nacional do país.
Segundo o ministro do Exterior britânico, William Hague, os bens líbios avaliados em US$ 19 bilhões (R$ 32 bilhões) congelados na Grã-Bretanha começarão a ser liberados como resultado da resolução.
O Conselho de Segurança da ONU decidiu ainda criar uma missão de apoio ao governo interino na Líbia.