Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A redução da taxa básica de juros, de 12,5% para 12% ao ano, continua repercutindo no Congresso Nacional. A oposição no Senado, por exemplo, alega que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) foi tímida. E a liderança do governo acredita que o BC exerceu sua autonomia com a decisão.
O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), por exemplo, disse que, apesar de defender juros menores, este não foi, tecnicamente, o melhor momento para fazer a redução. “Queremos sempre que as taxas sejam reduzidas. Praticamos, no Brasil, as mais altas taxas de juros do mundo, mas existem os momentos tecnicamente recomendáveis para que a redução ocorra. O que se deu foi uma decisão não técnica, mas política, consequência de uma pressão política com origem no Palácio do Planalto, em razão das circunstâncias”, alegou.
O senador acredita que o governo corre o risco, agora, de perder o controle da inflação baixando os juros no momento errado. Para ele, o atual momento de crise econômica internacional também pode fazer a redução dos juros refletir negativamente na economia brasileira.
Já o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que o BC agiu de maneira autônoma ao decidir pela redução, apesar das divergências entre os próprios diretores. Na opinião dele, todos os fatores que podem refletir na economia foram estudados. “Outros indicadores foram levados em conta: a questão da recessão internacional, do não aquecimento da demanda do consumo e, efetivamente, a caminhada do processo inflacionário brasileiro para o eixo da meta. Portanto, não houve unanimidade no BC, mas a maior parte dos diretores entendeu que era melhor baixar os juros”, disse Jucá.
A redução da Selic para 12% foi divulgada ontem, por volta das 20h30, ao final da reunião do Copom. O quórum da votação ficou em 5 votos a 2.
Edição: Lana Cristina