Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, negou mais uma vez que tenha beneficiado a construtora Sanches Tripoloni, proprietária do jato no qual teria viajado quando era ministro do Planejamento. A empresa teria sido favorecida pela inclusão de uma de suas obras – a da rodovia que faz o Contorno Norte de Maringá, no Paraná – no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A acusação foi feita em reportagem da revista Época da semana passada.
Segundo ele, a adesão foi um pedido da bancada de parlamentares do Paraná, e contou, inclusive, com a assinatura de apoio de parlamentares da oposição, como o senador Álvaro Dias (PSDB). “A denúncia [de que teria havido favorecimento da construtora] tem por base apenas denúncias anônimas, feitas em off”, disse o ministro hoje (31) ao participar de uma audiência pública no Senado.
“Fiquei seis anos no Planejamento, onde me encontrava até o final do ano passado. Lá, tive, como uma das minhas atribuições, distribuir os limites orçamentários definidos pelo governo a todos ministérios. Durante esse período, nunca fui a nenhum ministério para pedir favorecimentos de qualquer obra”, destacou o ministro.
Ele argumenta que a obra foi incluída no PAC em função dos benefícios que ela trará para a região, como a diminuição de tráfego de caminhões. “Ela vai resolver problema de gargalo de trânsito. Fomos até pressionados, e o senador Álvaro Dias foi o primeiro a assinar um documento que recebi em favor dela”, disse Paulo Bernardo.
“Nós a avaliamos e vimos sua importância, já que temos dados apontando que o tráfego de caminhões [que deixariam de entrar na cidade] era 20 mil por dia. Quando tivemos condição do ponto de vista orçamentário, avançamos. O que é importante ressaltar é que esta foi uma obra de iniciativa do Congresso Nacional e as emendas são absolutamente legítimas”, completou.
No entanto, o ministro confirmou que, durante a última campanha eleitoral, pegou carona em aviões para acompanhar a sua esposa, Gleisi Hoffmann – na época era candidata ao Senado. Ele confirmou que a esposa chegou a alugar aviões, mas negou que tenha feito viagens em jatinhos. “Objetivamente falando, não tenho nenhuma lembrança de, nem eu e nem a Gleisi, termos usado qualquer avião dessa empreiteira”, completou.
Paulo Bernardo disse ser favorável à liberação de quaisquer informações sobre voos que tenha pego. “A Anac [Agência Nacional de Aviação Civil] pode e deve liberar essa informação”.
Edição: Talita Cavalcante