Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O interventor do governo do Rio no sistema de bondes de Santa Teresa, Rogério Onofre, disse hoje (31) que os veículos só voltarão a funcionar quando houver segurança. No último sábado (27), o descarrilamento de um bonde deixou cinco mortos e mais de 50 feridos.
Ontem, o governador do Rio, Sérgio Cabral, passou a administração do sistema de bondes da Secretaria Estadual de Transportes para sua supervisão direta, nomeando um interventor. “Não dá para dar prazos. Não botar o bondinho para funcionar de qualquer maneira. Só vai voltar a funcionar com toda a segurança”, disse Onofre, antes da primeira reunião de trabalho do grupo interventor.
Ele informou que será feito um diagnóstico dos bondes de Santa Teresa e, depois, serão anunciadas medidas para melhorar sua segurança e seu funcionamento. Segundo o interventor, será avaliada a possibilidade de municipalizar ou mesmo privatizar o sistema.
O interventor disse também que, mesmo sem municipalizar o bonde, a prefeitura tem papel essencial na garantia da segurança do sistema, uma vez que a desordem urbana pode também colocar em risco o meio de transporte. “Tem a questão da ordem urbana. O município tem que entrar nesse projeto, porque, nas ruas, falta fiscalização, faltam guardas municipais, carros param dos dois lados da rua”, disse, lembrando que o bonde circula pela mesma rua onde passam carros e ônibus.
Antes da reunião com Onofre, o secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, admitiu que os investimentos na melhoria do sistema de bondes nos últimos anos não foram suficientes. Ele atribuiu a falta de investimentos ao fato de que havia outras prioridades para a secretaria. Além disso, segundo o secretário, determinações da Justiça e do Tribunal de Contas do Estado (TCE) impediram a continuidade do programa de renovação da frota.
Rogério Onofre, que também é presidente do Detro, órgão estadual que fiscaliza o transporte intermunicipal, disse que não faltarão recursos para a melhoria dos bondes de Santa Teresa. Isso porque, segundo ele, o Detro tem dinheiro em caixa e o governador Sérgio Cabral já autorizou o remanejamento de verbas necessárias para a revitalização do sistema.
Edição: Graça Adjuto
