Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O aumento de contratações de trabalhadores que normalmente ocorre no segundo semestre, levando a uma redução da taxa de desemprego, pode não seguir o mesmo ritmo dos anos anteriores, segundo a avaliação da economista Patrícia Costa, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). “Existe um ponto de interrogação”, disse ela sobre o comportamento do mercado de trabalho.
Essa dúvida é justificada pelos resultados observados na Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) feita em conjunto pelo Dieese e a Fundação Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade), no período de maio a julho deste ano, em que os dados apontaram estabilidade na taxa de desemprego em um período quando é comum iniciar um processo de aumento de vagas em comparação aos meses anteriores do ano.
Em julho, a taxa de desemprego ficou inalterada em 11% no conjunto das seis regiões metropolitanas (São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador), além do Distrito Federal, onde é feita a pesquisa. Em três localidades houve quedas nos índices: Distrito Federal (-2,4%); Belo Horizonte (-1,3%) e Recife( -1,4%). Já em Porto Alegre, a taxa aumentou 2,6%; em São Paulo oscilou 0,9%; em Salvador 0,6% e em Fortaleza foi registrada a mesma taxa do mês anterior, 9,7%.
Entre o total de demissões e contratações houve um saldo positivo de 67 mil vagas, mas 81 mil pessoas ingressaram no mercado de trabalho. O setor do comércio foi o que mais expandiu o número de empregados com a geração de 40 mil posto de trabalho, l,2% mais do que em junho. Em segunda posição, a indústria abriu 36 mil vagas, com um aumento de l,2%.
Em outros setores foram criadas 12 mil vagas, alta de 08%. Na construção civil, houve ampliação de 6 mil, com alta de 0,5%, e em serviços ocorreu movimento inverso, com o corte de 27 mil empregos, 0,3% abaixo do mês anterior. Na explicação do técnico da Fundação Seade Alexandre Loloian, o setor de serviços passa por “um momento de ajustes” nas contratações depois de um expressivo período de aquecimento.
Nos últimos 12 meses, houve aumento de 519 mil ocupações, acima da quantidade de pessoas que passaram a disputar uma das vagas (232 mil).
O rendimento médio dos ocupados caiu pelo oitavo mês consecutivo com valor 0,5% inferior a maio, em junho, ou R$ l.356,00. No caso dos assalariados não houve alteração com valor de R$ l.409,00.
Edição: Fernando Fraga