Autoridades precisam estar preparadas para o “improvável”, diz coordenador sobre exercício em Angra

31/08/2011 - 9h26

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O exercício do plano de emergência nuclear de Angra dos Reis vai simular, pela primeira vez, vazamento de radiação nas duas usinas nucleares, ao mesmo tempo. A mudança do simulado, que antes trabalhava com o cenário de vazamento em apenas uma das usinas, foi sugerida pela Eletronuclear, estatal que administra o complexo de Angra, depois do acidente em Fukushima, no Japão.

Segundo o coordenador do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (Sipron), almirante Carlos Alberto Matias, a probabilidade de ocorrer, em Angra, um acidente como o de Fukushima é muito pequena. Mesmo assim, as autoridades precisam estar preparadas até mesmo para o mais “improvável”.

“Até o muito improvável um dia pode acontecer. É claro que aqui a gente não trata de um terremoto de grande intensidade ou de um tsunami. Mas, por exemplo, uma chuva muito intensa com queda de barreira próximo à usina, que possa afetar uma parte do fornecimento de energia da usina [é possível ocorrer]”, disse.

Outras novidades no simulado geral, que ocorre a cada biênio, foram adotadas neste ano, a partir da experiência de exercícios anteriores. Pela primeira vez, o exercício será feito em dois dias, hoje (31) e amanhã (1º), em vez de um.

Segundo o almirante, a ideia é avaliar melhor a coordenação dos três centros de controle de acidente nuclear existentes, localizados em Brasília, Rio de Janeiro e Angra dos Reis, no sul fluminense.

No primeiro dia, serão feitos exercícios dentro do Complexo Nuclear Almirante Álvaro Alberto, onde ficam as usinas. Amanhã, haverá o simulado de evacuação dos moradores de comunidades em torno da usina, como Pingo d’Água, Guariba, Frade e Praia Vermelha.

Helicópteros da Aeronáutica, barcos da Marinha e carros do Exército serão usados no exercício. Também haverá a participação de policiais rodoviários federais e militares, bombeiros, integrantes da Defesa Civil e profissionais de saúde, além dos próprios trabalhadores da usina.

Edição: Talita Cavalcante