Luciana Lima e Renata Giraldi
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – A crise na Líbia foi assunto de conversa entre a presidenta Dilma Rousseff e o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, hoje (29), no Palácio do Planalto. Ficou acertado que o Brasil vai mandar um representante para a grande reunião organizada pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, com países do chamado Grupo de Contato, que envolve as maiores economias do mundo.
A reunião está marcada para a próxima quinta-feira (1º), em Paris, e tem o objetivo de discutir como será a reconstrução da Líbia. Embora o Brasil não faça parte desse grupo, foi convidado, pelo presidente francês, a participar do encontro. Sarkozy também chamou a China e a Índia para tratar da questão da Líbia.
A pessoa mais cotada para representar o Brasil na reunião é o embaixador do Brasil no Egito, Cesário Melantônio Neto, que foi designado por Patriota para fazer as articulações com a oposição na Líbia.
Ao que tudo indica, o grupo contrário ao ditador Muammar Khadafi, que integra o Conselho Nacional de Transição, deverá liderar a Líbia. Esse grupo já recebeu apoio de mais de 40 países. O governo brasileiro, no entanto, ainda não se posicionou oficialmente em relação ao apoio.
Já em relação à Síria, os países da União Europeia devem se reunir na próxima sexta-feira (2), para discutir um aumento das restrições comerciais ao país, afundado em uma guerra civil. As restrições de agora devem atingir principalmente a importação de petróleo, item responsável por cerca de 95% da receita da Síria.
Nesse caso, o Brasil se alinha ao posicionamento da Europa. No ano passado, de acordo com informações do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Brasil comprou cerca US$ 82 milhões em barris de petróleo da Síria, volume bem menor que o das importações de óleo de outros países. Nesse ano, não houve importação de petróleo da Síria por parte do Brasil.
Patriota e Dilma também trataram da viagem presidencial a Nova York. A presidenta vai participar da reunião da Assembleia Geral das Organizações das Nações Unidas. O chanceler brasileiro tratou da agenda para atender os muitos pedidos de encontros bilaterais feitos para a presidenta brasileira.
A viagem terá início no dia 18 e terminará no dia 22 de setembro. Já é certo que Dilma se encontrará com a ex-presidenta do Chile Michelle Bachelet, que hoje dirige a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) destinada às mulheres.
No dia 21, Dilma abrirá a reunião da Assembleia Geral da ONU, como já é de praxe o Brasil fazer. Em seu discurso, a presidenta brasileira vai sair em defesa da unidade, baseada no crescimento econômico e social. Ela deverá abordar ainda o respeito às instituições democráticas e aos direitos humanos, em contraposição ao que atualmente ocorre em países como a Líbia e a Síria, acusados pela comunidade internacional de não respeitarem esses princípios.
Edição: Lana Cristina