Da Telam
Brasília – Sob pressão de estudantes e professores que mantêm paralisações diárias, o governo do Chile comprometeu-se a apresentar uma alternativa ao plano de reforma da educação, que foi anunciado na semana passada. O ministro da Educação, Felipe Bulnes, confirmou a decisão de apresentar uma segunda proposta, atendendo aos pedidos dos manifestantes.
O governo se esforça para conter a onda de protestos que domina o país há cerca de mês. Cenas de violência e embates entre manifestantes e policiais geraram tensão e críticas generalizadas. Internamente, as autoridades tentam evitar ainda que os estudantes percam o ano escolar, pois os protestos geram paralisações diárias.
Paralelamente, o presidente Sebastian Piñera apelou aos chilenos para que colaborem com um clima de compreensão e superação. "Minha principal preocupação é com o que poderia acontecer no Chile e quando vejo a intransigência de algumas pessoas que acreditam que a violência é o caminho da solução. Ao meu ver, isso está terrivelmente errado" , disse ele.
Estudantes e professores, porém, intensificaram a campanha para obter o apoio em plebiscito, no qual estão as principais propostas sugeridas pelos manifestantes. O plebiscito foi batizado A Maioria Decide. Os manifestantes se organizam para mais um dia de protestos em Santiago, capital chilena, e várias cidades do país.
Nos próximos dias 18, 24 e 25 estão previstas greves gerais envolvendo várias categorias de trabalhadores. O vice-ministro do Interior do Chile, Rodrigo Ubilla, disse que os protestos estudantis deixaram 396 presos e 78 feridos – entre eles 55 policiais e 23 civis. No último dia 4, um protesto foi fortemente reprimido por policiais que prenderam 874 pessoas – aumentando para 1.270 o número de detidos.