Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Oculto por mais de 50 anos, foi descoberto na última segunda-feira (8), por servidores terceirizados da Câmara, um fosso fechado por concreto, que data da construção do prédio do Congresso Nacional em 1959, antes da inauguração da nova capital, em 1960. Na parede de concreto do fosso, foram encontradas mensagens deixadas pelos trabalhadores da obra.
São frases que expressam o sentimento político dos operários e falam da solidão e da esperança no futuro: “Que os homens de amanhã que aqui vierem tenham a compaixão dos nossos filhos e que a lei se cumpra”; “Duraleques CE de lequis”; “Si todos brasileiros focem digninos de honra e honestidade, teríamos um Brazil bem melhor. Só temos uma esperança nos brasileiros de amanhã. Brazil de hoje, Brazil de amanhã”; “Amor, palavra sublime que domina qualquer ser humano”.
Hoje, o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), acompanhado de assessores, visitou o local e elogiou a descoberta destacando a sensibilidade das pessoas que fizeram a descoberta histórica e comunicaram o fato à direção da Câmara.
Ao comentar as mensagens deixadas pelos operários que construíram o Congresso Nacional, Marco Maia destacou que o conteúdo das mensagens manifestam o amor dos trabalhadores pelo país e serve como lição para os brasileiros de ontem, hoje e amanhã. “Todos os que aqui passaram contribuíram para que o Brasil seja um país melhor. E o Brasil pode melhorar para a nossa gente. As frases valem para os políticos que passaram, para os que estão aqui e para os que virão”.
O presidente da Câmara disse ainda que vai solicitar a orientação de órgãos ligados à preservação do patrimônio cultural para que façam uma avaliação do achado e que destinação deva ser dada.
A descoberta histórica aconteceu quando funcionários de uma firma terceirizada tentava localizar a origem de um vazamento que atingia o Salão Verde da Câmara. As mensagens deixadas pelos trabalhadores estão abaixo da plataforma de concreto que sustenta as duas cúpulas do Congresso Nacional.
Edição: Aécio Amado