Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A produção da agroindústria brasileira diminuiu 3,3% no primeiro semestre de 2011, informou hoje (9) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou abaixo do observado no mesmo período do ano passado, quando houve crescimento de 6%, e do desempenho da indústria geral nos seis primeiros meses de 2011 (expansão de 1,7%).
De acordo com os dados da Pesquisa Industrial Produção Física – Agroindústria, os setores vinculados à agricultura (-3,1%), que englobam os produtos derivados e os utilizados na atividade e têm maior peso na agroindústria, apresentaram desempenho abaixo do dos setores associados à pecuária, que cresceram 1%.
A principal diminuição foi observada na produção dos derivados da agricultura (-4,7%). Quatro dois oito subsetores que compõem o grupo tiveram queda, principalmente os derivados de cana-de-açúcar (-25,4%), como açúcar cristal (-24,8%) e álcool (-27,7%). Esses produtos foram prejudicados por condições climáticas desfavoráveis (seca no período de crescimento da planta e excesso de chuva que causou o atraso da colheita) e pela falta de investimentos na renovação do plantio durante o período da crise econômica internacional, que provocou perda da produtividade.
Outras contribuições negativas vieram dos derivados do trigo (-1,8%), em função da queda da safra, do milho (-0,9%) e da laranja (-59,7%). Já as expansões foram verificadas no caso dos derivados da soja (1,4%), impulsionados pelo crescimento da safra; da celulose (1,5%); do fumo (7,0%) e do arroz (17,9%), produto destinado especialmente ao mercado interno, em razão do aumento da produção.
Já os produtos industriais utilizados pela agricultura avançaram 7,8% no primeiro semestre do ano. O resultado foi influenciado pelo aumento na produção de adubos e fertilizantes (17,8%), impulsionada pela expansão da renda agrícola, decorrente da maior safra e do aumento no preço de algumas commodities. Por outro lado, a fabricação de máquinas e equipamentos recuou 5,9% no mesmo período.
O documento do IBGE também aponta que produtos industriais derivados da pecuária ficaram praticamente estáveis (-0,1%) nos seis primeiros meses do ano. Houve expansão nos derivados de aves (0,5%), sustentados tanto pelo mercado interno como pelo crescimento das exportações; e nos derivados da pecuária bovina e suína (1,4%).
O setor de produtos industriais utilizados pela pecuária cresceu 4,8%, devido ao crescimento de 4,1% na produção de rações e suplementos vitamínicos, de maior peso no setor, e do aumento de 7,5% na produção de produtos veterinários.
De acordo com o levantamento do IBGE, os defensivos agropecuários (-26,7%), afetados pelo aumento das importações, estimuladas pela baixa cotação do dólar, também exerceram pressão negativa sobre o resultado da agroindústria nos seis primeiros meses do ano.
Edição: Juliana Andrade