Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O Centro de Tratamento de Anomalias Craniofaciais, no Rio de Janeiro, recebe até hoje (9) inscrições dos interessados na seleção para cirurgia corretiva de fissura labial.
Serão selecionados cerca de 120 pacientes, entre bebês e adultos, para cirurgias gratuitas, que serão realizadas de 12 a 16 de agosto no Hospital Universitário Pedro Ernesto, na zona norte do Rio. A iniciativa é da organização não governamental Operação Sorriso do Brasil, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
O diretor executivo da Operação Sorriso, Clóvis Brito, ressaltou que as cirurgias, que duram em média 45 minutos, são feitas com material de alto padrão e que a iniciativa acolhe os pacientes e seus parentes. O objetivo é colaborar para diminuir as consequências dessa deformidade que é bastante comum no país.
“O diferencial é a capacidade de mobilizar tanto o Poder Público quanto o setor privado em prol de crianças portadoras de deformidades. A fissura labiopalatina é a deformidade craniofacial mais comum que há e tem incidência maior do que a síndrome de Down e o câncer infantil. Então, isso é um problema sério de saúde pública e existem milhares de crianças à espera de tratamento em nosso país. Mais do que falar em devolver o sorriso dessas crianças, estamos falando em devolver a dignidade”, disse Brito.
O projeto das cirurgias gratuitas conta com 80 profissionais, entre cirurgiões plásticos, ortodontistas, pediatras, fonoaudiólogos, anestesistas, geneticistas, enfermeiros e não médicos. Além da cirurgia corretiva, a ONG acompanha o tratamento pós-operatório dos pacientes e arca com os gastos de hospedagem, transporte e alimentação para pacientes e parentes que moram fora do município do Rio.
As pessoas inscritas no projeto que não forem contempladas neste ano serão avaliadas e ficarão cadastradas para tratamentos oferecidos pela Operação Sorriso e pela rede hospitalar no estado, no Centro de Tratamento de Anomalias Craniofaciais, na Universidade Federal do Rio, no Hospital Municipal Nossa Senhora Loreto e no Hospital Jesus.
A fenda labiopalatina é uma abertura no lábio superior da boca que pode chegar ao palato, o céu da boca. A causa da fissura está relacionada a um problema congênito no início do desenvolvimento embrionário. Essa fenda pode acarretar diferentes problemas na vida infantil, como a diminuição da autoestima, infecções crônicas, dificuldades para desenvolver a fala e a dentição. Como consequência desses problemas, a evasão escolar também é comum entre as crianças que têm a deformidade.
Os profissionais da área da saúde interessados em fazer trabalho voluntário na ONG podem se inscrever pelo site www.operacaosorriso.org.br.
Edição: Lana Cristina