Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), criado pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, completa 30 anos de fundação com o desafio de contribuir para acabar com a exclusão social de cerca de 16 milhões de brasileiros, disse hoje (9) o diretor-geral do entidade, Cândido Grzybowski.
“Quem são essas pessoas? Qual a sua voz, sua identidade, onde estão e quais são as faces da exclusão e da pobreza extrema do Brasil? Esse é um desafio para organizações como o Ibase. Cabe a nós trazer isso para o debate público”, destacou.
Segundo Grzybowski, a nova década traz questões a serem trabalhadas pelo instituto, como o enfrentamento da justiça social sem destruir o meio ambiente e a ascensão do Brasil como potência mundial, sem exercer um domínio nocivo a outros países.
De acordo com o diretor-geral, a história do Ibase é marcada pela evolução da democracia no Brasil. Para ele, o país avançou muito nesse sentido, mas ainda há muito a fazer.
“A aposta na democracia é uma aposta em um processo em que o conflito, em vez de ser destrutivo, é construtivo”, destacou, ao acrescentar a importância de se obter avanços como a redução das desigualdades. “Há muito a fazer. A desigualdade é extrema, 1% do país controla metade do território. Isso é escandaloso.”
O sociólogo Herbert de Souza fundou o Ibase em 1981 e, na década de 1990, tornou-se símbolo de cidadania no Brasil ao liderar uma campanha contra a fome. Betinho mobilizou a sociedade brasileira para enfrentar a pobreza e as desigualdades. O sociólogo morreu em decorrência da aids há 14 anos.
Como parte das comemorações dos 30 anos do Ibase, terá início hoje (9), na Caixa Cultural, no centro do Rio de Janeiro, uma série de atividades públicas, programadas para os próximos 30 dias. Entre elas estão a exposição Betinho e o Ibase, diversas conferências com convidados que irão debater a cidadania e outros temas e uma mostra de filmes sobre reflexões políticas.
Edição: Juliana Andrade