Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes pode não ser o único golpe que o governo sofrerá no Senado. O PR se reunirá no início da próxima semana para decidir se continuará apoiando a presidenta Dilma Rousseff na Casa.
Para o senador Blairo Maggi (PR-MT), a tendência é que o partido assuma uma postura mais independente. “Acabei de acertar com o líder [do partido] uma reunião para a semana que vem. A gente não tem nada no governo, por que vai carregar [o governo]?”, perguntou o senador, que chegou a ser convidado pela presidenta para assumir o ministério, depois da saída de Alfredo Nascimento (PR-AM).
O líder, Magno Malta (PR-ES), é favorável a deixar a base. “Vamos sair desse bloco [de apoio ao governo], vamos fazer apoio crítico ao governo. O que é bom é bom, o que é ruim é ruim. Porque eu não quero ser levado para a vala comum de bandido não”.
A mesma postura foi adotada pelo senador Vicentinho Alves (PR-TO), que sugeriu que os membros do partido que têm cargos no governo abdiquem. “Vamos caminhar com nossas próprias pernas. E que quem tiver cargos, que entregue. Não podemos ficar a reboque”.
Para a oposição, a saída do partido que tem seis senadores titulares e três suplentes pode favorecer ainda mais a criação da CPI. “Se o PR sair da base do governo pode ser uma grande contribuição na apuração da verdade”, afirmou o líder do DEM, Demóstenes Torres (DEM-GO).
Os oposicionistas conseguiram as 27 assinaturas necessárias para protocolar o pedido de criação da CPI. O trâmite, contudo, ainda não está concluído. A Mesa Diretora irá checar as assinaturas e deverá ler o documento para a investigação em plenário só amanhã. A partir daí, os senadores que assinaram o requerimento terão até a meia-noite para voltar atrás e retirar seu apoio, o que pode derrubar a instalação da comissão de inquérito.
Edição: Rivadavia Severo