Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O alto comissário da Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), António Guterres, elogiou a posição do Brasil no apoio a refugiados apontado a política adotada no país como de “caráter exemplar” e uma das “mais avançadas”. Guterres lembrou que a América Latina tem uma tradição de refúgio que é “ímpar”.
“Reconhecemos a enorme importância do Brasil como exemplo de uma sociedade de tolerância, que respeita e valoriza a diversidade e que compreendeu que hoje todas as sociedades tendem a ser multiculturais e multireligiosas”, disse o alto comissário, que almoçou com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, no Itamaraty.
Em seguida, Guterres acrescentou que: “O Brasil tem um programa de reassentamento solidário, tem solidariedade em relação ao Equador e com os colombianos. Teve ainda o caráter pioneiro na escala mundial permitindo o reassentamento de palestinos no seu território pela primeira vez no mundo fora da zona dos países árabes”.
O alto comissário repudiou o massacre ocorrido no último dia 22 na Noruega em que 77 pessoas – a maiorias jovens – foram mortas por um homem que justificou o ato como uma reação ao islamismo. Para ele, o episódio como um “acontecimento horrível” e apelou à comunidade internacional que combate à hostilidade a estrangeiros e a xenofobia.
“Tivemos na Noruega um acontecimento horrível que revela quanto é perigoso existir no mundo de hoje formas de ódio político, que aparecem em alguns veículos de comunicação, que tem contribuído para gerar uma hostilidade com relação aos estrangeiros, imigrantes e refugiados, criando movimentos de opinião sensíveis à xenofobia e ao racismo”.
Para Guterres, o massacre ocorrido na Noruega mostra a necessidade de ampliar os esforços para combater a discriminação a estrangeiros no mundo. “Quando há uma atmosfera tão dramática, um crime hediondo como o que ocorreu na Noruega, reconhecemos a enorme importância do Brasil como exemplo de uma sociedade de tolerância”.
O Comitê Nacional para os Refugiados, ligado ao Ministério da Justiça, registra que o Brasil abriga 4.432 refugiados de 77 nacionalidades, sendo 64% provenientes da África. Patriota acrescentou que, paralelamente, o governo repassou em 2010 US$ 3,5 milhões para a Acnur e ajuda na transferência de alimentos para os refugiados que vivem em várias partes do mundo.
Edição: Rivadavia Severo