Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O índice de satisfação dos consumidores de energia elétrica no país registrou o patamar de 76,7% por domicílio este ano, de acordo com dados divulgados hoje (27) pela Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), com base em pesquisa feita pelo Instituto Innovare. A margem de erro, para mais ou para menos, é 1,3%.
De acordo com o presidente da Abradee, Nelson Leite, houve estabilidade nos números, nos últimos sete anos. Ele disse que o setor registra no país "a melhor margem de avaliação dentre 12 serviços públicos pesquisados pela Confederação Nacional da Indústria [CNI], que situa em segundo lugar a área de fornecimento de água".
Em 2009, o índice apurado na pesquisa atingiu a marca de 79,9% de satisfação. Leite avalia que, ao considerar que os números estão estáveis, leva-se em conta problemas decorrentes de variações climáticas.
A pesquisa da Abradee começou em 1999, quando o índice de satisfação do público ficou em 66,2%, o mais baixo da série. Na ocasião, o índice dos consumidores muito insatisfeitos se situou em 11,3%, mas caiu para 7,7% em 2011. A pesquisa é feita anualmente em março e abril. Neste ano, foram entrevistados 26.125 consumidores em 905 municípios de 26 estados.
Para o presidente da Abradee, a ausência da concorrência entre as distribuidoras faz com que os resultados sejam utilizados para intercâmbio de experiência entre elas. O objetivo da Abradee, com a pesquisa, segundo Leite, "é que os serviços prestados persigam a excelência dos serviços".
Nos próximos quatro anos, serão investidos no setor R$ 11 bilhões, conforme já informado pelo Ministério de Minas e Energia, contra os R$ 8 bilhões que vinham sendo aplicados anualmente até o ano passado. O acréscimo tem o objetivo de adequar a oferta ao aumento da demanda que virá com os investimentos em hotéis e outras instalações com vista aos jogos da Copa do Mundo de 2014.
Segundo Leite, o maior índice de satisfação é registrado atualmente nas regiões Sul e Sudeste, mas o nível também vem aumentado no Norte e Nordeste. As principais queixas do público com relação aos serviços das empresas dizem respeito a deficiências de comunicação com o público, superando até mesmo a insatisfação por causa de eventuais interrupções de energia elétrica, segundo o presidente da Abradee.
O Brasil está bem, segundo o presidente da entidade, entre os índices de satisfação do público pesquisados em 13 países da América Latina, com patamares comparáveis aos do Uruguai e da Colômbia, que se destacam em relação aos demais.
Edição: Lana Cristina