Da BBC Brasil
Brasília – A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou para a grave situação de milhares de pessoas que passam fome na Somália e disse que quem conseguiu fugir para a Etiópia teve "sorte". Uma porta-voz do Programa Mundial de Alimentos da ONU (WFP, na sigla em inglês), Judith Schuler, disse que milhares de pessoas estão fugindo da seca na Somália e alcançando campos de refugiados na Etiópia.
Ela disse que está preocupada com aqueles que, por pobreza ou sem condições de fazer a longa jornada pelo deserto, estão ficando para trás. A região conhecida como Chifre da África – situada no Nordeste do Continente Africano e abrange Somália, Etiópia, Eritreia, Quênia, Uganda, Djibuti e Sudão – vive a pior seca dos últimos 60 anos.
Segundo o WFP, mais de 110 mil pessoas chegaram aos campos já lotados situados na localidade remota de Dolo Ado, no Sudeste da Etiópia. Cerca de 1,6 mil cruzam a fronteira da Etiópia diariamente.
A ONU informou que mais de 10 milhões de pessoas estão sendo afetadas pela seca no Chifre da África. No caso da Somália, conflitos políticos já vinham provocando a fuga de cidadãos rumo ao Quênia. Mas a forte temporada de seca e a alta no preço dos alimentos dificultaram ainda mais a situação dos somalis.
O país é palco de um confronto entre o grupo islâmico Al Shabab e um governo de transição, que tem o apoio das tropas de paz da União Africana.