Akemi Nitahara
Repórter do Radiojornalismo da EBC
Brasília - Morreu na madrugada de hoje (9), perto de fazer 87 anos, o percussionista e compositor Pernambuco do Pandeiro. Ele estava internado há uma semana e morreu em decorrência da falência múltipla de órgãos.
Em depoimento à Rádio Nacional, gravado em 2008, Inácio Pinheiro Sobrinho (nome de batismo) lembrou que faz parte da história de Brasília, onde chegou em 1959, a convite do presidente Juscelino Kubitschek, para tocar na Rádio Nacional.
Junto com outros músicos que eram funcionários públicos e foram transferidos para a capital, como Avena de Castro, Nilo Costa, Tio João, Hamilton Costa, Neuza França e Odete Ernest Dias, começaram as reuniões musicais nas próprias casas dos “chorões”.
Na década de 70, começaram as apresentações públicas. O então governador Elmo Serejo Farias assistiu a uma delas e cedeu as instalações de um antigo vestiário do Centro de Convenções para as reuniões dos músicos. A partir daí, foi fundado o Clube do Choro de Brasília no dia 09 de setembro de 1977.
Pernambuco do Pandeiro começou a carreira na década de 1940, no Rio de Janeiro, com apresentações na Rádio Clube Fluminense em Niterói e nas boates Dancing Brasil e Farolito.
Depois, passou a integrar o regional de César Farias, pai de Paulinho da Viola. Também tocou com Pixinguinha e Benedito Lacerda na Rádio Tupi. Na década de 50, criou seu próprio conjunto, quando lançou Hermeto Pascoal.
Percorreu vários países divulgando a música brasileira e tocou também no conjunto que acompanhava Waldir Azevedo. Ainda em Brasília, em 1982, apadrinhou e deu o nome à dupla Dois de Ouro, formada por Hamilton de Holanda – na época com seis anos de idade – e o irmão, Fernando César.
O velório será amanhã, no Cemitério Campo da Esperança, em Brasília, a partir das 10h, na Capela 10. O enterro está marcado para as 15h30.
Edição: Talita Cavalcante