Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Banco do Brasil (BB) pretende financiar, na safra 2011/2012, cerca de R$ 45,7 bilhões em operações de crédito rural. No anúncio feito hoje (7), a instituição informou que o valor é 17% superior ao do ciclo anterior. A agricultura familiar terá R$ 10,5 bilhões, enquanto R$ 35,2 bilhões ficarão à disposição da agricultura empresarial e das cooperativas rurais, com aumentos de 20% e 16%, respectivamente, em relação à última safra.
Na safra 2010/2011, foram liberados R$ 39 bilhões do total de R$ 42 bilhões disponibilizados. Segundo o vice-presidente de Agronegócios e de Micro e Pequenas Empresas do BB, Osmar Dias, as agências já estão fazendo operações de crédito para a nova safra desde 1º de julho e várias medidas foram tomadas para dar mais rapidez à liberação dos recursos. No Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012, o governo federal anunciou a disponibilização de R$ 123 bilhões para a agropecuária brasileira.
“Vamos espalhar carteiras especializadas em crédito rural em várias agências, fizemos treinamento de 1,6 mil funcionários para agilizar esses processos e vamos adotar o crédito rotativo, com menos custo ao produtor e mais possibilidade de crédito”, explicou Dias.
Além disso, ele informou que cerca de 40 mil produtores que estavam impossibilitados de pegar financiamento no banco por dívidas, mesmo pagas em dia, contraídas durante a crise de 2008 foram reabilitados para tomar crédito.
Dias ressaltou que o BB é o maior banco financiador de agricultura do mundo. Na safra passada, foi responsável por 73% dos créditos liberados para a agricultura familiar, 77% ao médio produtor e 40% à agricultura empresarial. No primeiro trimestre de 2011, a instituição se manteve como líder do Sistema Nacional de Crédito Rural, com 61,2% de participação e carteira de R$ 77,4 bilhões.
O vice-presidente do BB destacou também a linha de R$ 850 milhões que a instituição está direcionando para a agricultura de baixo carbono (ABC). Segundo ele, essa modalidade de crédito, lançada na safra passada, não foi acessada, principalmente, por falta de divulgação e, também, problemas estrututais. No entanto, Dias acredita que esse tipo de produção é uma tendência e espera que os recursos sejam liberados em sua totalidade nesta safra.
"Eu mesmo, que era senador até fevereiro, e da base do governo, não tinha conhecimento dessa linha de crédito. Não houve divulgação adequada e nem procura por esse produto", disse Dias. Segundo ele, com boa divulgação, pessoas capacitadas para fazer o projeto e assistência técnica adequada, muitos produtores vão aderir ao programa ABC, incorporando atividades como a produção integrada lavoura-pecuária-floresta. “Vimos que a renda aumenta muito, e ninguém resiste ao aumento de renda”, disse o executivo.
Edição: Vinicius Doria