Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Uma grande valsa ao ar livre abriu hoje (26) a 15ª Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), na Avenida Paulista, em São Paulo. Ao som de Danúbio Azul, em versão remixada, muitos casais dançaram a valsa para comemorar os 15 anos de criação do evento. A intenção dos organizadores também é fazer a valsa entrar para o Guinness Book (Livros dos Recordes) com o maior número de casais dançando ao ar livre.
Apesar da chuva, a estimativa dos organizadores é que a parada atraia cerca de 3 milhões de pessoas, que devem acompanhar animadamente os 16 trios elétricos até o fim da Rua da Consolação, no centro da capital.
O fiscal de ônibus Rafael Santana participa do evento há cinco anos. Com o corpo pintado de dourado, disse que, este ano, a sua presença na parada é “para reivindicar” os direitos do público gay, além de querer “beijar muito na boca”.
Vestido com a fantasia, que chamou de “noiva gay”, o travesti Lorena (Remy Rodrigues) comemorava a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que liberou o casamento entre pessoas do mesmo sexo. “Estou vestida de noiva, com as cores da bandeira (do movimento), em homenagem à nossa nova conquista que é a aliança gay”, disse Lorena, que pretende logo se casar.
O balconista Wiliam Santos frequenta a parada há dois anos. “Acho que hoje é o principal dia para colocarmos nossas ideias em evidência. E acabamos curtindo também”, disse. Para ele, a principal luta dos homossexuais nos dias de hoje é contra a homofobia. “Nunca tive problema com isso até porque não sou muito afeminado. Mas conheço muitas pessoas que já [sofreram algum tipo de violência]”.
A luta contra a homofobia, lembrada por Wiliam Santos, é o lema da parada este ano. Com a frase “Amai-vos Uns aos Outros: Basta de Homofobia”, o evento quer chamar a atenção e pedir a aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLC) 122, que criminaliza a homofobia.
Espremida entre uma multidão que acompanhava os trios elétricos e travas que fechavam o vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), Eunice de Moraes, em companhia das filhas e netos, disse que veio à parada pela primeira vez e considera falta de educação a violência contra os homossexuais. “Sou contra a violência. Falta educação para essas pessoas [que agridem os homossexuais]”.
Edição: Aécio Amado