Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Sessenta empresários da área têxtil e de confecções do polo de moda íntima de Nova Friburgo (RJ), com mais de 20 anos no mercado, decidiram unir forças para agilizar a recuperação econômica da cidade, a mais afetada pela chuva de janeiro deste ano na região serrana fluminense. Os empresários retomaram a Feira Brasileira de Moda Íntima, Praia e Fitness (Fevest), que recebeu não só um novo nome - Satélite Fevest -, como um novo modelo de negócios.
Responsável por 25% do mercado nacional de moda íntima, o polo de lingerie de Nova Friburgo inovou ao substituir o modelo anterior de feira pelo circuito de compras, cujo foco são as rodadas de negócios feitas durante o dia, deixando para a noite as palestras e os desfiles. A Satélite Fevest 2011 será aberta nesta segunda-feira (27).
O presidente do Sindicato das Indústrias de Vestuário de Nova Friburgo e Região (Sindivest), Paulo Chelles, disse que o evento deverá ter uma boa repercussão. “Porque há um envolvimento muito grande do governo do estado, governo municipal, dos patrocinadores em geral, entre eles o Banco do Brasil e o governo federal”. Apoiam também a iniciativa a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RJ).
O diretor do Sindivest Carlos Eduardo de Lima destacou que o foco, a partir de agora, é o comprador. “A Satélite Fevest é direcionada para o comprador. É um modelo em que os fabricantes recebem na própria empresa ou na loja de pronta-entrega os compradores. E você tem um contato direto com o público final, que é o pequeno lojista, o grande magazine que envia os seus compradores. Eles vão ter uma rodada de negócios com todos os fabricantes da região”.
Lima acredita que esse novo modelo da Fevest pode agregar valor aos produtos. “Diante da situação que a gente está vivendo de reconstrução da cidade, esse foi o custo mais viável. É uma novidade no mercado, com atendimento pré-agendado. Eu estou muito confiante de que vai dar certo”.
Segundo o diretor, o mais importante é que apesar da catástrofe, o nível de desemprego em Nova Friburgo não aumentou. “Nenhuma empresa demitiu por dificuldades [financeiras]. Mas conseguimos, nessa luta, manter os empregos gerados na cidade”.
A última estimativa feita pelo Sindvest em 2010 mostra que o setor gera em torno de 20 mil empregos diretos em toda a cadeia têxtil da região de Nova Friburgo, Cordeiro, Cantagalo, Macuco, Petrópolis e Teresópolis. Cerca de 900 empresas participam do polo de moda íntima de Nova Friburgo e região.
Nova Friburgo responde ainda por 30% das confecções fluminenses, que representam 18% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual do vestuário. A Satélite Fevest será encerrada no dia 30 deste mês.
Edição: Graça Adjuto