Alex Rodrigues*
Repórter Agência Brasil
Brasília - Parentes de vítimas do acidente com o voo 447 da Air France que caiu no Oceano Atlântico em maio de 2009 se reúnem hoje (15), em Paris, com autoridades francesas responsáveis por investigar as causas do acidente em que morreram 228 pessoas. Além de informações sobre o início do processo de identificação dos restos mortais resgatados, os investigadores apresentarão um balanço dos trabalhos após o fim da quinta e última fase de buscas, encerrada no último dia 3 de junho, após as caixas-pretas do avião e corpos terem sido retirados do mar.
O processo de identificação dos restos mortais de 104 das vítimas resgatadas deverá começar nesta sexta-feira (17) ou sábado (18) e poderá levar meses, segundo o coronel François Daoust, diretor do Instituto de Pesquisas Criminais da Polícia Militar (IRCGN, na sigla em francês), órgão especializado na identificação de vítimas de catástrofes e que comandará esses trabalhos.
As vítimas eram de 33 nacionalidades, sendo a maioria francesa (72), brasileira (59) e alemã (26). Cinquenta corpos foram resgatados logo após a tragédia e a identificação de todos demorou dois meses. Vinte eram de brasileiros. De acordo com o coronel Daoust, os 104 restos mortais resgatados entre maio e o início deste mês podem não representar 104 vítimas já que podem ser de uma mesma pessoa.
O navio utilizado no resgate dos corpos e de peças do Airbus deve chegar à França amanhã (16). Os corpos serão levados ao Instituto Médico-Legal (IML) de Paris, onde uma equipe de legistas e dentistas realizará autópsias e os primeiros exames para detectar eventuais cirurgias, implantes, como marcapasso cardíaco ou pinos, além de uma análise detalhada da dentição.
O instituto francês já dispõe das informações necessárias à identificação do DNA dos parentes das vítimas europeias e de quase todas as outras nacionalidades, com exceção das brasileiras, disse Daoust.
“Aguardamos os dados do Brasil. Isso será resolvido em breve. Os dois juízes franceses estão em contato com a Justiça brasileira para a transferência das informações e do DNA à França”, declarou o coronel.
Dois observadores brasileiros vão acompanhar todo o processo.
*Com informações da BBC Brasil // Edição: Juliana Andrade