Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Os vereadores de Campinas (SP) irão continuar o processo de cassação do prefeito Hélio de Oliveira Santos, aberto há 21 dias. A decisão foi tomada hoje (13) pelos membros da comissão criada na Câmara para apurar denúncias de fraudes na prefeitura da cidade.
A decisão ocorre cinco dias depois de o prefeito apresentar sua defesa formal. Com a continuidade do processo, 20 pessoas citadas pelo prefeito como testemunhas deverão começar a ser ouvidas pelos vereadores. O prefeito e as testemunhas indicadas pelo autor da denúncia de ilegalidades, vereador Artur Orsi (PSDB), também deverão prestar depoimento.
O depoimento das testemunhas e do prefeito está marcado para o dia 29 de junho na Câmara Municipal. A comissão é formada pelos vereadores Zé do Gelo (PV), relator; Rafa Zimbaldi (PP), presidente; e Sebastião dos Santos (PMDB), o terceiro integrante.
O processo que pede a cassação do prefeito foi aprovado por unanimidade na Câmara no dia 23 de maio, com base em denúncias de irregularidades em contratos da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), feitas pelo Ministério Público Estadual (MPE).
Os vereadores terão 90 dias – a contar do dia 31 de maio, quando o prefeito foi notificado do processo – para concluir se irão pedir ou não o impeachment do prefeito. O pedido de impedimento, no entanto, terá de ser votado em plenário - para ser aprovado são necessários de dois terços dos votos. Campinas tem 33 vereadores.
Na última sexta-feira, mais dois suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção da cidade foram presos. O ex-secretário de Segurança Pública Carlos Henrique Pinto e o ex-diretor da Sociedade de Sanasa, Marcelo Figueiredo. Henrique Pinto renunciou ao cargo logo após a deflagração da operação policial que prendeu os primeiros suspeitos no mês passado.
Na última semana, foram expedidos mais cinco mandados de prisão contra suspeitos de participar de fraudes na contratação de serviços pela companhia de abastecimento da cidade. Entre os que tiveram a prisão decretada estão a primeira-dama de Campinas, Rosely Nassim Santos, o vice-prefeito Demétrio Vilagra e o ex-secretário municipal de Comunicação Francisco de Lagos Viana Chagas, que também renunciou ao cargo após a divulgação das denúncias.
Edição: Rivadavia Severo
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