Aumento da violência no Paraná é consequência do sucateamento da segurança, diz secretário

13/06/2011 - 19h26

Lúcia Nórcio

Repórter da Agência Brasil

 

Curitiba – Ao dizer que o Paraná deixou de fazer o dever de casa no combate à criminalidade nos últimos anos, o secretário de Segurança Pública do estado, Reinaldo de Almeida César, criticou hoje (13) falta de investimentos de governos passados no setor de segurança que levou ao sucateamento a máquina policial. “Na última década o Paraná teve sua segurança sucateada e a consequência foi o aumento da criminalidade”, disse.

Segundo ele, o estado apresenta uma taxa de homicídios por 100 mil habitantes maior que a nacional. “Enquanto a taxa brasileira se situa em 25 pessoas, o Paraná está com 32,6; Curitiba, 40; e a região metropolitana, 62 por 100 mil habitantes”, afirmou. "Neste primeiro ano de governo, trabalhamos com orçamento do ano passado, priorizando algumas medidas emergenciais como resolver as demandas no setor de perícia, criminalística e do Instituto Médico-Legal”, completou.

De acordo com Almeida César, se for feita uma comparação do efetivo policial com os estados vizinhos, a situação do Paraná é “crítica”. O estado tem 16,7 mil policiais militares na ativa e 3,7 mil policiais civis. “Santa Catarina, que tem a metade da nossa população, tem o mesmo efetivo, Mato Grosso do Sul, com um quarto da população, tem metade do nosso efetivo e São Paulo que tem uma população quatro vezes maior tem um efetivo policial dez vezes maior. Precisamos dobrar o número de policiais no estado”, disse.

Apesar dessas dificuldades, o secretário disse que muita coisa está sendo feita. Com as primeiras medidas adotadas, o número de homicídios dolosos no primeiro trimestre, segundo ele, teve uma diminuição de 21,08% em relação ao mesmo período do ano passado, interrompendo a tendência constante de crescimento desse tipo de crime desde 2004.

O secretário de Segurança informou que, em julho, o governo do Paraná vai lançar o programa Paraná Seguro, que terá metas ambiciosas de reverter a situação em que o estado se encontra. Ele também destacou o Plano Estratégico de Fronteiras, lançado na semana passada pelo governo federal, como importante para o estado. O Paraná faz fronteira com o Paraguai e a Argentina, e a intenção é estabelecer uma ação integrada para tratar dos problemas de segurança na região.

 

Edição: Aécio Amado