Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Comitê de Investigação do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) concluiu que o governo do presidente da Líbia, Muammar Khadafi, por intermédio de forças policiais e aliados, cometeu crimes de guerra e violações ao direito internacional. Assim como os aliados de Khadafi, as forças da oposição também cometeram crimes contra a humanidade, segundo as investigações.
Há registros de casos de ataques a civis, estupros e abusos sexuais, além de torturas e desaparecimentos de pessoas. O presidente do órgão, Cherif Bassiouni, acrescentou que, além dos relatos de crimes sexuais e torturas, há informações de uso de artilharia e tanques militares contra civis. As conclusões foram divulgadas hoje (9) pelo comitê.
"Alguns relatos também indicam que as forças de oposição cometeram crimes internacionais, tais como assassinatos, torturas, tratamentos cruéis e outras formas de humilhação à dignidade de pessoas mantidas presas, como os trabalhadores imigrantes", disse Bassiouni.
O representante da delegação da Líbia na ONU, Mustafa Shaban, disse que seu país enfrenta “uma insurreição armada”. O país foi suspenso das Nações Unidas por causa das suspeitas de violações de acordos internacionais em vigência. Paralelamente, o Conselho de Segurança impôs uma zona de exclusão aérea na região alegando proteção dos civis que estavam sob ameaça de morte pelas forças de Khadafi.
A crise na Líbia se intensificou nos últimos três meses. As organizações não governamentais e entidades ligadas às Nações Unidas reclamam das dificuldades para ajudar os civis que estão nas áreas de conflito. Não há garantias de segurança para o transporte de ajuda humanitária, por exemplo.
Edição: Juliana Andrade