Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Deputados estaduais recolheram hoje (9) 27 assinaturas - quatro a mais que o necessário - para apresentar ao plenário da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro proposta de emenda à Constituição (PEC) concedendo anistia administrativa aos bombeiros que participam das manifestações por reajustes salariais e melhores condições de trabalho.
A proposta é uma iniciativa dos deputados Clarissa Garotinho (PR), Flávio Bolsonaro (PP), Janira Rocha (P-SOL), Marcelo Freixo (P-SOL), Paulo Ramos (PDT), Wagner Montes (PDT), Lucinha (PSDB) e Rosangela Gomes (PRB).
Para Marcelo Freixo, o principal no momento é libertar os 439 bombeiros presos e garantir que nenhum deles será punido. “A sociedade fluminense tem se manifestado a favor da mobilização dos bombeiros. Eles são vistos como heróis. Na memória da população está o [Morro do] Bumba e as tragédias da região serrana e de Angra dos Reis. Isso não combina com a prisão deles.”
A proposta de emenda à Constituição do estado do Rio de Janeiro começará a ser discutida na próxima terça-feira (14), quando haverá sessão na Assembleia Legislativa.
Hoje, o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões, disse que sua nomeação para a chefia de recém-criada Secretaria de Estado de Defesa Civil lhe dá dá maior poder para intermediar a negociação entre o governo e a categoria.
“O status de secretário me dá maior interlocução com o governador [Sérgio Cabral] para defender os interesses dos bombeiros”, afirmou Simões, durante entrevista no quartel central da corporação. Até ontem (8), a categoria estava vinculada à Secretaria de Estado de Saúde.
Simões defendeu a fórmula encontrada para aumentar o salário dos bombeiros. O governo decidiu antecipar de dezembro para julho o reajuste de 5,58%. “É uma demonstração clara do governo em relação à necessidade de repor o poder aquisitivo do Corpo de Bombeiros. Este é o primeiro movimento. É o que pode ser feito com o orçamento deste ano.”
Segundo ele, o salário atual de um bombeiro iniciante, sem dependentes, é de R$ 1.187. Com o reajuste, passará para R$ 1.265 e será pago no contracheque de agosto.
O comandante afirmou ainda que sua prioridade é libertar os 439 bombeiros presos no quartel da corporação em Niterói. Ele também confirmou a troca no comando de 22 batalhões do Corpo de Bombeiros.
O reajuste anunciado pelo governo foi criticado pelo presidente da Associação de Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros (Aspra), Vanderlei Ribeiro. Ele classificou o percentual de recomposição salarial como um “absurdo”: “Isso não vai resolver o nosso problema. O nosso salário continuará a ser o pior do país”.
Edição: João Carlos Rodrigues