Da Agência Brasil
Brasília – Os efeitos da greve dos servidores técnico-administrativos da Universidade de Brasília (UnB) começam, aos poucos, a ser sentidos pelos alunos, por afetarem alguns serviços básicos da universidade. Alunos que tiveram a rotina mudada em decorrência do fechamento do restaurante universitário e da biblioteca central, por exemplo buscam, agora, alternativas para reparar os prejuízos.
Juliana Motter, estudante do curso de letras, conta que, sem o restaurante universitário, ela gasta muito mais do que o planejado. “Sem o RU [restaurante universitário], eu gasto mais dinheiro. Como geralmente eu almoço na UnB, de segunda à quinta, me resta comer fora do campus e pagar quase cinco vezes mais por uma comida semelhante.”
Apesar de não ser contra a greve, Mariana Mourão, aluna de ciências sociais, também se sente prejudicada com o fechamento do restaurante. “É muito ruim quando o RU não funciona. Eu não tenho carro e, perto da UnB, tem poucos lugares para comer. O RU custa R$ 2,50 e, mesmo com lanchonetes, elas não conseguem atender à alta demanda de alunos”, diz.
O fechamento da biblioteca também afeta os estudantes, principalmente porque o semestre está praticamente no fim, com prazos finais de avaliações e entrega de trabalhos. Tatiana Tenuto, aluna do curso de comunicação social, relata que se sentiu prejudicada pelo não funcionamento da biblioteca por não ter local apropriado para estudo no campus. “Estou me formando e preciso do serviço, tanto para acessar o acervo quanto para ter um lugar tranquilo pra estudar. Não posso parar minha monografia.”
Alguns dos serviços da UnB estão suspensos porque os servidores técnico-administrativos aderiram à greve nacional proposta pela Federação de Sindicato de Trabalhadores em Educação das Universidades Brasileiras (Fasubra). O motivo da paralisação é a falta de cumprimento de parte de acordo feito com o governo em 2007.
Os servidores querem o reajuste do piso salarial para três salários mínimos, o reposicionamento dos aposentados que tiveram perda salarial, a racionalização dos cargos e a abertura imediata de concursos públicos para a substituição dos funcionários terceirizados.
Para Léia de Souza Oliveira, uma das coordenadoras da Fasubra Sindical, a luta é pelo aprimoramento da carreira e a melhora dos instrumentos de gestão. “Estamos lutando pela nossa valorização salarial. E esperamos que o governo resolva rapidamente esse impasse, pois nós não temos interesse em ficar numa greve longa”, explica.
Edição: Lana Cristina