Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A segurança alimentar como forma de atenuar a violência mundial e garantir a estabilidade política e econômica é a principal bandeira do ex-ministro de Segurança Alimentar e Combate à Fome José Graziano da Silva na disputa eleitoral para o cargo de diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). As eleições começam no próximo dia 25 e só terminam dia 2 de julho. Há seis nomes na disputa.
Na tentativa de ajudar Graziano, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, aproveitou as viagens a Washington e a Roma (sede da FAO) para fazer campanha. Além da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, Patriota conversou com mais nove autoridades estrangeiras.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Tovar Nunes, afirmou à Agência Brasil que os programas de transferência de renda, iniciados por Graziano durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tornaram-se referência mundial. “Há um consenso entre as autoridades ocidentais e orientais sobre a capacidades desses programas levaram à paz por meio da segurança alimentar e a estabilidade.”
Na busca de apoio à candidatura de Graziano, Patriota se reuniu com o presidente da Hungria, Pál Schmitt, e os primeiros-ministros de Mônaco, Michel Roger, e do Egito, Essam Sharaf, além dos chanceleres da Jordânia, Nasser Judeh, do Marrocos, Taib Fassi Fihri, dos Países Baixos, Uriël Rosenthal, do Líbano, Ali Hussein Al Shami, da Turquia, Ahmet Davutoglu, e o ministro da Presidência da Argélia, Abdelaziz Belkhadem.
Nos Estados Unidos e na Itália, o chanceler afirmou que uma das propostas de Graziano na FAO é estimular programas de transferência de renda, especialmente o Fome Zero, semelhantes aos que existem no Brasil para propiciar a paz. Em Washington, Patriota disse que há também a intenção de atuar em parceria com o Programa Mundial de Alimentos (PMA), também vinculado às Nações Unidas.
As eleições para o comando da FAO duram cerca de uma semana. São várias etapas, nas quais os candidatos são eliminados a cada nova fase, restando os demais até ficar um apenas. Os 191 representantes estrangeiros no órgão têm direito a voto. Se eleito, Graziano exercerá o mandato de 2012 a 2015.
No total, há seis candidatos. A escolha é secreta. Além de Graziano, concorrem ao cargo de diretor-geral da FAO o ex-chanceler espanhol Miguel Ángel Moratinos, o vice-ministro do Bem-Estar Social da Indonésia Indroyono Soesilo, o ministro da Agricultura da Áustria, Franz Fischle, o ex-representante do Irã na FAO Mohammed Saeid Noori-Naeini e o ex-ministro de Recursos Hídricos do Iraque Abdul Latif Jamal Rashid.
Edição: João Carlos Rodrigues