Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As medidas de contenção do crédito implementadas pelo governo contribuíram para reduzir o ritmo de alta do consumo das famílias no primeiro trimestre de 2011. No período, essas despesas avançaram 0,6% e registraram a menor alta desde o quarto trimestre de 2008, quando o país vivia os efeitos da crise financeira internacional e o indicador registrou queda de 1,9%.
De acordo com a gerente de Contas Trimestrais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Palis, o movimento foi impulsionado também pela desaceleração da massa salarial.
“Além das medidas macroprudenciais do governo, aumentando as exigências para empréstimos a pessoa física, principalmente em bens duráveis, como veículos, também tivemos desaceleração do crescimento da massa salarial real e desaceleração da ocupação. Isso está diretamente ligado ao consumo das famílias”, explicou.
Rebece Palis destacou ainda que, em relação ao mesmo período de 2010, o consumo das famílias subiu 5,9%, o 30º avanço consecutivo nesse tipo de comparação. Mesmo assim, ressaltou, houve desaceleração, já que no quarto trimestre de 2010, a alta havia sido de 7,5% contra igual período no ano anterior.
O documento do IBGE aponta que, nos últimos 12 meses, o consumo das famílias teve aumento de 6,4%.
Por outro lado, a formação bruta de capital fixo, que representa os investimentos, voltou a acelerar no primeiro trimestre deste ano em relação aos três últimos meses de 2010, com alta de 1,2%, depois de ter apresentado elevação de 0,4% no trimestre anterior.
Em relação ao primeiro trimestre de 2010, o crescimento chegou a 8,8%, impulsionado pela expansão da importação e da produção interna de máquinas e equipamentos.
O documento também aponta que a despesa de consumo do governo aumentou 0,8% em relação ao trimestre anterior e 2,1% na comparação com o mesmo trimestre de 2010.
Edição: Juliana Andrade