Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Comissão de Agricultura e Pecuária da Câmara acabou de aprovar requerimento de convocação para que o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, explique os termos da consulta prestada pela Projeto, da qual era proprietário quando cumpria mandato de deputado federal, a empresas do ramo agroindustrial. O patrimônio dele teria aumentado 20 vezes nesse período.
A votação foi feita de forma simbólica, e o governo pretende recorrer da decisão em plenário. O autor do pedido é o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
Apesar do plenário lotado de deputados da base governista para tentar derrubar o requerimento, a convocação foi aprovada em votação simbólica. Os governistas afirmam que houve uma manobra porque a votação ocorreu poucos minutos depois de ter sido feita a verificação de quórum em outra votação nominal. O Regimento Interno da Câmara estabelece o intervalo de uma hora a cada verificação de quórum. Como os governistas eram maioria, a votação nominal poderia derrubar a matéria.
"Não tem base. Temos de votar de novo", disse o deputado Assis do Couto (PT-PR). "Foi um cochilo deles [dos governistas]", rebateu o deputado Júlio Delgado (PSB-MG). Diante do impasse, a reunião foi suspensa e será retomada em instantes. Entretanto, como o resultado já foi anunciado pelo presidente da comissão, caberá agora ao presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), decidir sobre o recurso e sobre uma possível nova votação do requerimento.
As comissões de Fiscalização Financeira e Controle e Ciência e Tecnologia já haviam votado requerimentos de convocação de Palocci, mas os pedidos foram rejeitados. Na Comissão de Desenvolvimento Urbano, o requerimento foi retirado de pauta.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, defendeu na segunda-feira (30) o imediato afastamento de Palocci da Casa Civil até que as denúncias sobre a evolução de seu patrimônio sejam apuradas e esclarecidas.
Edição: Talita Cavalcante e Juliana Andrade // Matéria ampliada às 13h03