Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O senador Aécio Neves (PSDB-MG) voltou a cobrar hoje (28) explicações do ministro Antonio Palocci, chefe da Casa Civil da Presidência da República, sobre sua evolução patrimonial nos últimos quatro anos e sobre as denúncias de que ele teria praticado tráfico de influência no período eleitoral.
Durante a convenção nacional do PSDB em Brasília, o ex-governador de Minas Gerais disse que a sociedade espera os esclarecimentos e que os tucanos estão trabalhando para criar uma comissão parlamentar de inquérito para investigar o caso. “O PSDB já deu as suas assinaturas, só que precisa de assinaturas suficientes. O Brasil clama ainda por explicações em relação ao aumento do patrimônio do ministro, e o PSDB tem utilizado todas as instâncias possíveis para que isso ocorra”, afirmou Aécio.
Também participante da convenção, o ex-candidato à Presidência da República José Serra evitou comentar diretamente as denúncias contra Palocci. Apesar disso, Serra lembrou que o PSDB recebeu 44 milhões de votos nas últimas eleições e que disse que a população espera que o governo seja fiscalizado pela oposição. “Até os eleitores do PT querem que o PSDB cumpra sua função de partido de oposição”, afirmou Serra.
Para Roberto Jefferson, o presidente do PTB e delator do mensalão, como ficou conhecido o suposto esquema de pagamento de propinas a parlamentares em troca de apoio ao governo revelado em 2005, o caso Palocci inspira “apreensão” e deve mesmo ser esclarecido pelo ministro o quanto antes. “O Palocci já deveria ter aberto ao procurador os contratantes do serviço. Ele não tem que temer, se não deve”, disse Jefferson.
Apesar disso, o ex-deputado não vê semelhança entre as denúncias contra o ministro da Casa Civil e as que ele fez em 2005. “O mensalão não existe mais. É um fato superado, que ficou no passado da história do país”, afirmou.
Jefferson manifestou-se contra a criação de uma CPI para investigar o caso. Para ele, uma investigação do Congresso sobre o assunto prejudicaria o andamento do governo da presidenta Dilma Rousseff. “Uma CPI vai paralisar o governo Dilma, e o país não precisa disso”, concluiu.
Edição: Nádia Franco