Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O governo prepara para os próximos dias a indicação do futuro embaixador em Honduras, de acordo com diplomatas brasileiros. A iniciativa confirmará o reconhecimento do governo do presidente hondurenho, Porfírio Pepe Lobo, encerrando um período de dois anos de mal-estar entre os dois países, e normalizando as relações bilaterais.
Desde 2009, o Brasil mantém um encarregado de negócios em Honduras. Não há um embaixador nomeado para o país. Atualmente o encarregado de negócios do Brasil em Tegucigalpa é diplomata de carreira, o ministro Zenik Krawctschuk.
Paralelamente, a Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) discute hoje (1º), em sessão extraordinária, o fim da suspensão de Honduras do órgão. Honduras foi suspensa da OEA, em 4 de julho de 2009, depois que o então presidente hondurenho, Manuel Zelaya, foi deposto.
Antes da reunião hoje, os representantes do governo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, defenderam a inclusão de um item na proposta de reintegração que determina a busca pela responsabilização dos autores do golpe de Estado em Honduras.
Para a organização e a maior parte da comunidade internacional, inclusive o Brasil, houve um golpe de Estado, que levou à transgressão dos princípios democráticos. Na tentativa de o país ser reintegrado à comunidade internacional e acabar com o período de congelamento de relações multilaterais, Pepe Lobo confirmou que obedecerá à Constituição de Honduras.
Porém, líderes partidários contrários ao retorno de Zelaya a Honduras criticam as atitudes de reconciliação e aproximação de Pepe Lobo com o ex-presidente. Para alguns políticos, Zelaya pensa em retornar à política hondurenha.
Zelaya foi deposto em 28 de junho de 2009 por uma ação organizada por integrantes das Forças Armadas, do Parlamento e do Judiciário. Na ocasião, ele foi pressionado a ficar na Costa Rica. Em setembro do mesmo ano, o ex-presidente e correligionários pediram abrigo na Embaixada do Brasil em Honduras, onde ficou por cerca de 120 dias.
Em janeiro de 2010, quando Pepe Lobo assumiu o poder, Zelaya deixou Honduras em direção à República Dominicana. Paralelamente, a comunidade internacional liderou um movimento para o ex-presidente ser anistiado e retornar ao país sem correr riscos. A iniciativa se concretizou e Zelaya voltou a Tegucigalpa, capital hondurenha, no último dia 28.
Edição: Juliana Andrade