Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu hoje (25) que o processo de escolha do novo dirigente do Fundo Monetário Internacional (FMI) tenha mais de um candidato. O diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, renunciou na semana passada, após ser acusado de agressão sexual a uma camareira de hotel nos Estados Unidos.
Um dos candidatos, Agustín Carstens, presidente do Banco Central mexicano, telefonou ontem (24) para Mantega e pediu o apoio do Brasil. “Eu acho bom que sejam lançadas candidaturas. Ele [Carstens] me ligou pedindo nosso apoio e virá aqui na próxima semana”, disse Mantega.
Na segunda-feira (23), Mantega defendeu um prazo maior para a escolha do sucessor de Strauss-Kahn e sugeriu que alguém assumisse provisoriamente a direção do fundo até 2012, quando terminaria a gestão do diretor que renunciou. Hoje, Mantega informou que o representante do Brasil no FMI, Paulo Nogueira Batista, foi orientado para defender a proposta.
Para o ministro, escolher o novo dirigente do FMI no prazo que foi estabelecido, 30 de junho, não permitirá uma avaliação melhor das propostas e compromissos dos candidatos, incluindo uma nova agenda para a instituição. Uma agenda de reformas e reestruturação, que permita maior participação dos países emergentes, como o Brasil, nas decisões do organismo multilateral.
De acordo com o ministro, só a partir da “explicitação das propostas e do programa”, será possível tomar posição sobre os candidatos. Com mais concorrentes, Mantega acredita que haverá uma verdadeira disputa. “Não será algo tranquilo e decidido entre quatro paredes, [mas] algo que seja discutido abertamente, em que o candidato assuma compromissos públicos e explícitos”.
A outra candidata, Christine Lagarde, atual ministra das Finanças da França, apoiada pelos países europeus, só conversou com Mantega antes de lançar sua candidatura à direção do fundo.
Edição: Nádia Franco