Douglas Corrêa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Pela primeira vez, um ex-integrante da guerrilha no Brasil foi condecorado com a Medalha da Vitória, na data em que se comemoram os 66 anos da atuação das Forças Aliadas que combateram na 2a Guerra Mundial, com a participação da Força Expedicionária Brasileira (FEB), nos campos de batalha na Europa.
O condecorado com a Medalha da Vitória foi o ex-deputado federal José Genoino, que recentemente foi nomeado assessor especial do Ministério da Defesa e participou da Guerrilha do Araguaia na década de 70.
Sobre a homenagem, Genoino disse que o Brasil amadureceu. “Eu acho que o Brasil tem que definir bem os projetos de defesa para o futuro. O direito à memória faz parte da nossa história democrática e isso não deve atrapalhar a agenda do futuro.”
Genoino ainda brincou com o fato de ter sido agraciado com a medalha entregue pelo Ministério da Defesa a 284 personalidades e instituições que contribuíram para difundir a atuação do Brasil na 2a Guerra Mundial.
“Olha, já tem acontecido tanta coisa na minha vida e na história do Brasil que a gente só tem que acreditar no Brasil e no futuro, porque muita coisa surpreendente vem acontecendo positivamente.”
O ex-deputado que não conseguiu se reeleger nas últimas eleições para a Câmara dos Deputados disse que tem “uma relação muito tranquila e democrática com as Forças Armadas”.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que a indicação de Genoino como um dos homenageados foi uma escolha pessoal e que não houve qualquer objeção ao nome do ex-parlamentar.
“Nós estamos todos olhando para frente, ou seja, o que nós estamos querendo fazer e que o Brasil deseja fazer é um grande ajuste de contas com o seu futuro. O Brasil não quer retaliar o seu passado”, disse o ministro.
Edição: Lílian Beraldo