Governo estuda como reduzir indexação da economia, diz secretário de Política Econômica

04/05/2011 - 16h12

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland de Brito, anunciou hoje (4) que o governo analisa como reduzir a indexação da economia. Ele, porém, garantiu que qualquer alteração não significará “ruptura ou rompimento de contratos”, que deverão ser alterados à medida de seus vencimentos.

“Nós estamos falando de um outro Brasil. Acho que isso já está claro. Não há nenhuma medida extraordinária e mirabolante que envolva contratos. Muitos planos de investimentos também são realizados em cima desses contratos e são de grande importância para o país”, disse.

De acordo com ele, antes de qualquer decisão, o governo promoverá uma discussão ampla com a sociedade para descobrir quais preços são "mais persistentes" e como reduzi-los de forma mais suavizada ao longo do tempo.

Ele deu como exemplo o setor de serviços, que tem uma variedade maior de indexações, e citou o caso dos aluguéis, que têm parte dos contratos corrigidos pelo Índice Geral de Preços (IGP). Segundo ele, após ampla discussão, o objetivo seria induzir a mudança nos contratos para outro índice, como o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), utilizado pelo governo para as metas de inflação.

Para Holland, é normal que esse tipo de problema passe a ser mais percebido, agora, quando a inflação está mais alta, perto de 5% ou 6% ao ano. Nessas situações, indicou, tanto nos Estados Unidos, no Japão, quanto no Brasil, a tendência é que todos, incluindo os trabalhadores, pressionem para que os reajustes sejam feitos com base em índices considerados mais importantes para repor as perdas.

“Os agentes econômicos disputam por reajustes de preços proporcionais à inflação corrente, acumulada ou esperada. Quando estão em 4%, isso não acontece tanto”, disse.

Holland reforçou as projeções do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, de que a inflação deverá convergir para o centro da meta (4,5%), em 2012, mas já este mês, ou em junho, começará a recuar a partir dos atuais patamares.

Ele lembrou que, dos 21 países que anunciam explicitamente o regime de metas, nove estão com a inflação fora da banda de tolerância. Quanto ao câmbio, ele projeta o dólar a R$1,70 até o próximo ano.


Edição: Lana Cristina//A matéria foi ampliada