Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O crescimento do cooperativismo no país tem proporcionado cada vez mais facilidades de acesso ao crédito. No cooperativismo de crédito, as taxas de juros chegam a ser metade das cobradas pelos bancos convencionais e, assim, o setor consegue contribuir positivamente com a luta contra a inflação. A avaliação é do gerente de Cooperativismo de Crédito da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Sílvio Giusti.
Ele disse que os 5,1 milhões de cooperados podem recorrer a empréstimos em três modalidades, pagando juros de 2% a 2,5% ao mês no crédito pessoal, enquanto os bancos convencionais chegam a cobrar mais de 4%. No cheque especial das cooperativas, a taxa varia de 3,5% a 5%, contra juros acima de 7% ao mês no sistema financeiro nacional (SFN). Já o cartão de crédito do cooperado tem custo de 5% a 6% ao mês para quem não paga a fatura da data do vencimento, enquanto os cartões convencionais costumam cobrar acima de 10% para rolar a dívida.
O sistema de cooperativismo promove, segundo ele, uma “concorrência saudável”, que contribui, inclusive, para a redução do spread bancário, que é a diferença entre os juros pagos pelo banco aos investidores e os juros cobrados pelos empréstimos. Não há, ainda, percepção de que isso ocorra efetivamente, mas à medida que o volume de negociações do sistema cooperativo aumente, essa concorrência ficará mais evidente, segundo Giusti.
Hoje (4), as lideranças do cooperativismo discutiram com representantes do Executivo e do Legislativo os caminhos mais viáveis para expansão do sistema cooperativo no país. De acordo com Giusti, “ficou claro que o potencial de evolução do cooperativismo de crédito é muito grande”, principalmente pela capacidade de infiltração social das cooperativas em todos os rincões do país. Além da pulverização de ações pelos mais de 4,5 mil pontos de atendimento cooperativo no território nacional, Giusti disse que a OCB conta com apoio do governo federal, que quer promover, tanto quanto possível, a inclusão financeira das camadas mais pobres da sociedade e a erradicação da miséria.
Giusti salientou que a participação das cooperativas no crédito rural representa hoje 13% do mercado, equivalentes a R$ 9 bilhões, este ano, em custeio, investimento e comercialização. Não se pode comparar à carteira rural do Banco do Brasil, que é de R$ 42 bilhões e representa 60% do mercado, mas “estamos ganhando espaço, principalmente com o pequeno produtor. Basta ver que mais de 55% das operações são abaixo de R$ 5 mil e, com isso, temos certeza de que estamos ajudando a combater o êxodo rural”, ressaltou.
Edição: Vinicius Doria