Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Muito provavelmente 2012 será um ano em que ficará muito mais fácil manipular a macroeconomia do país do que o ano de 2011, avaliou hoje (4) o secretário de Política Econômica, do Ministério da Fazenda, Márcio Holland de Brito.
Segundo ele, a Europa e os Estados Unidos vão contribuir, a partir do ano que vem, em várias direções para equilibrar a economia mundial, com o aquecimento do consumo de produtos manufaturados e a redução da política expansionista, que têm inundado o Brasil de moeda estrangeira e pressionado para cima o real.
De acordo com o secretário, em 2011, tem ocorrido uma série de combinações de diversos fatores, que ainda provocam fortes efeitos à economia brasileira. Entre os fatores, estão o choque de preço das commodities no mercado internacional, os efeitos ainda presentes do enfraquecimento das economias mundiais e as exportações brasileiras de manufaturados, que sofrem ainda com a queda na renda dos consumidores dos Estados Unidos e da Europa.
“Não adianta querer vender para os Estados Unidos e a Europa, se eles [a economia de ambos] não estão crescendo. Não há milagre. Além disso, é um ano [2011] em que, até junho, o governo americano manterá a política monetária expancionista e severa, com grande aumento de liquidez no planeta. Não é [um ano] de crise, mas não é um ano qualquer”, disse. Segundo ele, este ano será de muitas adversidades, mas um ano de acomodação da economia.
Um motivo para a acomodação é que o Banco Central Europeu, conforme analisou Holland, deverá elevar as taxas de juros como uma estratégia para captar recursos e financiar as dívidas dos países da região mais rapidamente do que nos Estados Unidos. Com isso, as taxas na região passarão a ficar mais atrativas do que no mercado brasileiro, provocando uma redução da pressão de fluxos de capitais para o país.
Edição: Lana Cristina