Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Na reunião de hoje (4) do Conselho de Ética da Câmara, o deputado Mauro Lopes (PMDB-MG) saiu em defesa da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), acusada de receber propina de Durval Barbosa, delator do escândalo que atingiu políticos e empresários do Distrito Federal e derrubou o governo de José Roberto Arruda. Foi a primeira vez que um parlamentar se posicionou a favor da absolvição da deputada no Conselho de Ética.
Para Lopes, o crime ocorreu antes da eleição de Jaqueline Roriz à Câmara dos Deputados e, por isso, o conselho não teria competência para julgá-la. “Estamos mexendo em uma coisa que não é da nossa competência. Se ela cometeu algum crime antes do mandato, isso é problema da Justiça”, argumentou Lopes. Para ele, Jaqueline Roriz não pode ser condenada por quebra de decoro parlamentar pois as imagens em que aparece recebendo dinheiro de Durval Barbosa foram gravadas em 2006.
Na reunião de hoje, Durval Barbosa deveria ter sido ouvido. No entanto, o delator do escândalo do mensalão no Distrito Federal se recusou a prestar esclarecimentos ao conselho. O relator do processo contra Jaqueline Roriz, Carlos Sampaio (PSDB-SP), disse que o não comparecimento de Durval Barbosa não irá prejudicar as investigações. Segundo ele, já há “documentação farta” para concluir seu relatório.
Ele adiantou que o parecer será dividido em duas partes: a primeira tratará da possibilidade de o conselho julgar deputados que tenham cometidos crimes antes de eleitos, caso de Jaqueline Roriz. A segunda abordará o mérito das denúncias contra a deputada. O prazo para apresentação do relatório se encerra no dia 23 de junho. Contudo, Sampaio afirmou que pretende apresentar seu parecer no início do mês que vem. Jaqueline Roriz é filha do ex-governador do DF e ex-ministro do governo Collor Joaquim Roriz.
Edição: Vinicius Doria