Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Banco Central (BC) terá, em breve, elementos para um “diagnóstico mais preciso” da economia como um todo, e o governo poderá melhorar a qualidade das políticas públicas com base nas sondagens do comércio e da construção civil, que vão completar o círculo de informações necessárias sobre a atividade econômica no país.
A afirmação é do vice-diretor do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas, Vagner Laerte Ardeo, que assinou convênio com o BC para fazer as duas pesquisas, todos os meses. A Sondagem do Comércio será iniciada em julho, com consultas a 1,2 mil comerciantes, no atacado e no varejo, e a Sondagem da Construção Civil irá a campo no mês de outubro para ouvir pelo menos 700 empresas do setor.
Essas sondagens vão se somar a outros levantamentos mensais feitos pelo Ibre-FGV para verificar as tendências sobre o consumo, a indústria e o setor de serviços. Com isso, vai fechar um sistema “indispensável para o acompanhamento da economia”, com base em parâmetros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), de acordo com Vagner Ardeo.
Segundo ele, a conclusão desse tipo de monitoramento da economia possibilita “ganhos inequívocos” para o desenvolvimento do país, como tem demonstrado a experiência europeia. Em especial, porque a visão apresentada pelos setores produtivos traça “uma perspectiva mais atrelada à realidade”, como tem feito, por exemplo, a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Essa visão é diferente, por exemplo, do boletim Focus, pesquisa que o BC faz todas as sextas-ferias com uma centena de analistas financeiros da iniciativa privada para saber as tendências do mercado sobre os principais indicadores da economia. A partir de agora, o BC juntará os diferentes pontos de vista (financeiro, produtivo e do consumidor) para monitorar suas políticas.
O economista do Ibre-FGV explica que as sondagens de tendência são levantamentos estatísticos que geram informações usadas no monitoramento da situação atual e na antecipação de eventos futuros da economia. Por produzirem sinalizações de tendência econômica com muita rapidez, as sondagens são ferramentas indispensáveis a empresários, governos e entidades de classe na análise de conjuntura e tomada de decisões.
Edição: Juliana Andrade