Da BBC Brasil
Brasília – Os resultados oficiais divulgados hoje (20) mostram que 77% dos eleitores egípcios apoiaram as reformas constitucionais que permitirão ao país ter eleições rapidamente.
O referendo, feito ontem (19), teve participação de 41,2% dos eleitores registrados e foi a primeira vez que muitos egípcios compareceram às urnas.
Sob o governo do ex-presidente Hosni Mubarak, as eleições eram consideradas eventos encenados, com resultados pré-determinados e baixa participação popular.
Com a aprovação da mudança constitucional no referendo, é possível que uma eleição parlamentar ocorra em setembro.
Mohammed Ahmed Attiyah, o chefe do Comitê Judicial que supervisionou a eleição, disse que 18,5 milhões de pessoas que votaram apoiaram a reforma.
As mudanças constitucionais propostas pelo novo governo incluem a redução dos mandatos presidenciais de seis anos para quatro anos e o limite de dois mandatos por presidente.
Uma nova lei também obrigará o presidente a escolher um vice até 30 dias após a eleição e novos critérios devem ser definidos para candidatos presidenciais, como a obrigação de ter mais de 40 anos de idade e a proibição de serem casados com estrangeiros.
Os dois principais grupos políticos egípcios – o Partido Nacional Democrático, de Mubarak, e a Irmandade Muçulmana – apoiaram as propostas.
Mas parte dos ativistas pró-democracia diz que as mudanças não são suficientes e querem que a Constituição seja inteiramente reescrita antes das eleições.
Durante a votação, uma multidão enfurecida atirou pedras no líder da oposição Mohamed ElBaradei e o impediu de votar. ElBaradei, Nobel da Paz, é um dos principais críticos do projeto de reforma constitucional.