Em seu primeiro discurso, Roberto Requião defende reforma econômica

04/02/2011 - 18h56

Mariana Jungmann

Repórter da Agência Brasil

 

Brasília – Ao ocupar a tribuna pela primeira vez no seu retorno ao Senado, o senador Roberto Requião (PMDB), ex-governador do Paraná, defendeu hoje (4) a importância de uma reforma econômica para o Brasil. Se referindo a mudanças profundas na política e na arquitetura econômica do país, Requião defendeu, entre outras coisas, o fim do que ele considera a “autonomia do Banco Central”.

 

“Hoje, todo o edifício institucional em que se suporta a política econômica tem como base a autonomia do Banco Central. E o Banco Central age como um Estado dentro do Estado, subordinando e condicionando as ações do Estado e do setor produtivo aos mandos e desmandos do capital financeiro”, disse o parlamentar paranaense.

 

“Não se trata de uma questão de nomes, se é [Henrique] Meirelles [ex-presidente do BC] ou [Alexandre] Tombini [atual presidente do Banco Central]. O que importa é o princípio, a doutrina, o enunciado”, acrescentou Requião.

 

Para o senador, a discussão sobre uma reformulação da economia é mais importante que as reformas política e eleitoral, porque teria mais reflexos sobre a vida da população.

 

“Afinal, que peso, importância e transcendência têm para a vida do brasileiro o voto distrital, as regras da fidelidade partidária e que tais, se a subordinação do Brasil aos ditames dos rentistas, pátrios e estrangeiros, põe em risco, permanentemente, o emprego, o salário, o consumo, a produção, a inovação tecnológica, a perspectiva tão ansiada de um país forte, desenvolvido, justo e bom para todos nós?”, questionou o senador.

 

Requião defendeu mudanças na política de juros, para torná-los menores, a “estatização do crédito”, salvaguardas alfandegárias e aumentos salariais “substantivos”, entre outras coisas.


Edição: João Carlos Rodrigues