Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Candidato à reeleição para presidente da Câmara dos Deputados, o petista Marco Maia (RS) disse hoje (19) que, uma vez eleito, incentivará “o diálogo e a construção de consenso” para a votação das reformas política e tributária. O próprio Executivo já estabeleceu as mudanças no sistema tributário como uma de suas prioridades.
“O grande desafio é construir um acordo [com os partidos da base e da oposição]. Se não conseguir um acordo global poderemos construir, pelo menos, acordos pontuais que permitam mudanças nessas estruturas”, afirmou o deputado. Ele é o entrevistado de hoje do programa 3 a 1, da TV Brasil, que vai ao ar nesta quarta-feira, às 22 horas. O programa, ancorado por Luiz Carlos Azedo, teve a participação dos jornalistas da EBC Eudes Junior e Tereza Cruvinel.
Ele concordou com a pretensão da presidenta Dilma Rousseff de começar a reforma tributária pela análise de medidas que desonerem a folha de pagamentos do trabalhador.
Marco Maia afirmou que, se por um lado haverá uma redução na arrecadação de impostos cobrados compulsoriamente do trabalhador e empresas, por outro a desoneração da folha de pagamentos vai possibilitar o aumento de contratações formais e com isso das contribuições.
No que se refere à reforma política, o parlamentar deixou claro que esse é um tema que cabe ao “Congresso, sozinho, tocar”. Para ele, não cabe ao Executivo, “que eventualmente pode dar sua opinião” sobre o tema. “Temos que avançar para uma situação do que é assunto do governo e o que é assunto da política”, acrescentou Maia.
No programa, o presidente da Câmara também tratou de questões específicas e polêmicas da reforma política, como o financiamento público de campanha, que vetaria qualquer possibilidade de o candidato receber recursos de empresas ou qualquer outra instituição.
Para ele, o financiamento exclusivo pelo poder público só é possível a partir da aprovação de outro tema, considerado polêmico pelos parlamentares: a instituição das chamadas listas fechadas, ou seja, caberia aos partidos indicar uma relação com os nomes dos candidatos nos quais o eleitor votaria. Sem a adoção da lista fechada, o financiamento público não restringiria ilegalidades com os recursos doados para campanhas e oneraria o caixa da União.
“Tudo que temos que fazer na reforma política é com o objetivo de aproximar o parlamentar do cidadão. Um deputado que não tem relação com seus eleitores será um deputado de um mandato só”, ressaltou o petista.
Edição: Talita Cavalcante