Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) contraiu empréstimo de U$ 68 milhões com o banco de desenvolvimento alemão (KfW) para financiar projetos de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) no Brasil por empresas privadas nacionais.
O contrato foi assinado hoje (10), na sede do BNDES, no Rio de Janeiro. A parceria entre a instituição de fomento brasileira e o KfW começou na década de 60, totalizando 12 contratos firmados no montante de US$ 444 milhões. O objetivo da cooperação é viabilizar o financiamento de projetos na área de energias renováveis e a eficiência energética, ressaltou o BNDES.
O coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), economista Nivalde de Castro, afirmou que a operação “mostra que o BNDES está buscando novas fontes de recursos para poder financiar o setor elétrico, que exige muito capital”.
O setor elétrico exige muitos recursos e tem um peso grande na carteira de crédito do BNDES, destacou Castro. Segundo ele, o presidente do banco, Luciano Coutinho, afirmou recentemente que pretende manter o nível de empréstimos da instituição em 2011, que atingiria entre R$ 140 bilhões a R$ 150 bilhões.
O coordenador do Gesel avaliou que a parceria entre BNDES e o banco alemão de desenvolvimento é importante porque dá mais fôlego e mais capacidade de financiamento ao BNDES para o setor elétrico.
Castro assegurou que as PCHs já estão consolidadas no Brasil e não apresentam nenhum risco. “Então, as taxas de juros podem se manter baixas para esse tipo de empreendimento”. Ele disse que o BNDES sempre priorizou o financiamento de projetos de fontes alternativas de energia.
“O setor de hidroeletricidade renovável - PCHs, energia eólica (dos ventos) e biomassa - recebe prioridade do banco, porque está dentro da estratégia do Brasil de manter a sua matriz energética limpa e, consequentemente, competitiva nesse aspecto de economia verde”, afirmo Castro.
A parceria entre o BNDES e o KfW envolve também a troca de conhecimento e tecnologia nas áreas de meio ambiente, eficiência energética e energias renováveis, revelou a assessoria do banco brasileiro. O contrato firmado hoje tem prazo de 12 anos, com três anos de carência.
Edição: João Carlos Rodrigues