Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, considerou tímida a evolução de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, comparada ao trimestre anterior, e disse que a expectativa do empresariado era de “um crescimento acima disso”.
De acordo com dados divulgados hoje (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o ritmo de expansão da economia, de julho a setembro, ficou aquém dos dois trimestres anteriores, o que confirma o processo de desaceleração da atividade produtiva.
Na avaliação do presidente da CNI, a queda de 1,3% do PIB industrial, em relação ao trimestre abril-junho, foi provocada pelo aumento da presença de produtos importados no país. Principalmente manufaturados e bens de consumo duráveis, que entram no Brasil “com preços mais competitivos do que os dos nossos produtos”.
Para ele, a queda no PIB industrial é um alerta para a necessidade de o país adotar medidas de curto prazo nas áreas de câmbio e crédito, além de reduzir a carga tributária. “O câmbio, hoje, prejudica muito a indústria nacional, mas temos também a questão dos juros. O aumento do compulsório dos bancos retirou recursos do mercado financeiro, reduzindo a expectativa do empresário em relação ao mercado interno”.
Ele citou ainda a carência de melhores condições de infraestrutura e logística, além da alta carga tributária que incide sobre investimentos, como fatores que prejudicam o desempenho da indústria. “A gente tem um quadro que não facilita muito o desenvolvimento da atividade industrial”.
Preocupação semelhante foi manifestada pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), que destacou a queda de 1,5% na produção agropecuária, embora o setor de serviços tenha crescido 1%, decorrência do aumento de 3,9% nos investimentos e do crescimento de 1,6% no consumo das famílias.
A nota do Iedi ressalta o fato de que o menor ritmo de crescimento “não decorreu do esmorecimento da demanda doméstica”. Ao contrário, o aquecimento do consumo interno até serviu para que outras economias se beneficiassem do mercado brasileiro. Tanto que as exportações brasileiras aumentaram 2,4% no terceiro trimestre, enquanto as importações cresceram 7,4%, reproduzindo o descompasso do comércio externo verificado nos meses anteriores.
Edição: Vinicius Doria