Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Ministério da Ciência e Tecnologia lançaram hoje (5) a Sala de Inovação, um canal do governo para negociar e articular projetos de inovação no setor da indústria. O projeto facilitará a solicitação de financiamentos, subvenções e incentivos fiscais sem que as empresas precisem percorrer diversas secretarias, ministérios e autarquias para isso.
A sugestão para instalação da sala partiu da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), grupo criado pela CNI. Com o serviço, os prazos para o atendimento dos pedidos serão encurtados.
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, disse que o MEI tem articulado ações com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES) e os ministérios da Ciência e Tecnologia e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, para que a indução da inovação e o investimento por parte dos empresários aumente, principalmente nas pequenas e médias empresas.
“As grandes empresas já participam de um mercado globalizado, têm capital estrangeiro e visão de longo prazo, já têm investimento importante em inovação. As pequenas e médias, às vezes, acreditam que inovação é elevação de custo”, observou Andrade.
O secretário executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia, Luiz Antonio Elias, lembrou que a Sala de Inovação é uma medida importante contemplada na agenda empresarial que a indústria levou ao ministério em ocasiões anteriores. Segundo ele, o serviço funcionará como um comitê dentro do governo que facilitará a articulação com os órgãos governamentais ligados à inovação. “O comitê articula em dois caminhos centrais: fomento, com as universidades junto com o setor industrial e o caminho da indústria para induzir o investimento”.
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, citou números da Pesquisa Nacional de Inovação (Pintec), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontam que o percentual de indústrias que praticam inovação subiu de 34,4%, de 2003 a 2005, para 38,6%, de 2006 a 2008. “Essa pesquisa reafirma que, embora esteja melhorando, o tamanho do desafio de dobrar o esforço privado empresarial em inovação deve ser uma grande prioridade para o desenvolvimento do Brasil”.
O empresário da Brazil Foods, Luiz Fenando Furlan, elogiou a iniciativa da CNI e classificou o MEI e a Sala de Inovação como projetos estratégicos e fundamentais para o setor. “O país não investir em inovação, não perceber as oportunidades da economia verde é perder uma oportunidade imensa. É importante ter pessoas relevantes do governo, dos setores público e privado discutindo propostas que podem fazer diferença no posicionamento do Brasil como economia moderna, com ênfase no conhecimento e inovação”.
Edição: Lana Cristina