Haiti vai receber ajuda humanitária de países da Unasul

25/10/2010 - 19h55

 

Carolina Pimentel

Repórter da Agência Brasil

 

Brasília – Os ministros da Saúde da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) devem definir hoje (25), por meio de videoconferência, a ajuda humanitária a ser enviada ao Haiti, que enfrenta uma epidemia de cólera. Em uma semana, foram registrados 250 mortes e 3 mil casos da doença.

 

O ministro da Saúde do Equador e presidente pro tempore do Conselho Sul-Americano de Saúde, David Chiriboga, sinalizou que equipas médicas devem deslocadas para o país, além do envio de remédios conforme necessidade do governo haitiano. A Unasul deve emitir uma nota com detalhamento da ajuda, segundo o governo do Equador, atualmente na presidência do colegiado.

 

O governo brasileiro anunciou o envio de 10.575 frascos de hipoclorito de sódio (usado para purificar a água), 12.600 envelopes de sais para reidratação oral, 3.500 frascos injetáveis de solução usada para reidratação de pacientes em estado grave, 16.200 equipamentos para aplicação de soro e 43.200 pares de luvas descartáveis. O material será levado em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB), que partirá na quarta-feira (27) do Rio de Janeiro.

 

O cólera é uma doença infecciosa intestinal transmitida, principalmente, pela ingestão de água ou alimentos contaminados. A transmissão pode ocorrer também pelo uso de produtos contaminados, por moscas ou contato direto entre pessoas infectadas. Acredita-se que o surto de cólera no Haiti tenha sido provocado pelo consumo de água contaminada do Rio Artibonite, região ao norte de Porto Príncipe. Cerca de 1 milhão de pessoas que sobreviveram ao terremoto de janeiro vivem no local sem saneamento básico ou água potável.

 

O Fundo das Nações Unidas para a Infânci (Unicef) iniciou a distribuição de 9 mil refeições prontas e biscoitos em hospital, para evitar que os haitianos consumam alimentos contaminados ou preparados com água contaminada. Os sintomas da doença são febre alta, diarreia, vômitos e desidratação. Se não for tratada, pode matar em algumas horas. O Departamento de Saúde haitiano informou que o número de mortes pela doença caiu e a tendência é de estabilização do quadro. Mas agências humanitárias alegam que a doença pode alcançar a população que vive na fronteira com a República Dominicana.

 

Edição: João Carlos Rodrigues