Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Em uma cerimônia, hoje (16), com parentes e amigos de Vinícius de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva promoveu o poeta e diplomata ao cargo de embaixador pós-morte, ocorrida em 1980.
Ao discursar, Lula afirmou que essa reparação poderia ter sido feita antes e criticou a aposentadoria compulsória do poeta ocorrida no período da ditadura militar após ele ter atuado por 26 anos na diplomacia brasileira.
“As pessoas que tiveram a atitude de um dia propor a cassação de Vinícius de Moraes certamente não serão lembradas pela história. Amanhã ninguém está ou estará sentindo a falta dessa gente”, disse Lula.
Em 1968, Vinícius de Moraes foi aposentado compulsoriamente por meio do Ato Institucional Nº 5 (AI-5) sob alegação de que seu comportamento boêmio não condizia com a carreira pública. Vinícius atuou na diplomacia brasileira, em geral em atividades burocráticas, servindo em Los Angeles (Estados Unidos), Paris (França) e Roma (Itália).
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que essa é uma das mais pesadas heranças que ficou da ditadura. “Quando puseram a assinatura na cassação de Vinícius era uma autocassação do Itamaraty que se diminui diante do mundo. Isso tudo hoje demonstra que a força do humanismo é maior do que a força da arma, que a força das ideias pré-concebidas”.
A aposentadoria de Vinícius foi publicada quando ele fazia um espetáculo em Lisboa (Portugal) com Chico Buarque de Hollanda e Nara Leão.
Edição: Rivadavia Severo