Desaceleração da indústria no segundo trimestre preocupa setor

03/08/2010 - 23h07

Stênio Ribeiro

Repórter da Agência Brasil

 

Brasília – Uma luz amarela se acendeu na indústria nacional depois de três meses consecutivos de desaceleração, conforme divulgou hoje (3) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O alerta foi emitido pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) ao analisar comportamentos distintos do setor, no primeiro trimestre do ano, quando cresceu 3,4% sobre o quarto trimestre de 2009, e no segundo trimestre, quando a indústria se retraiu 0,8% em relação ao trimestre anterior.

 

O IBGE constatou, em comparações com o mês anterior, que a atividade produtiva da indústria caiu 0,8% em abril, 0,2% em maio e 1% em junho. Como a queda mais acentuada aconteceu no mês de junho, a anunciada divulgação, amanhã (4), dos números da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre o mês de junho redobram a curiosidade sobre detalhes como evolução do faturamento, das horas trabalhadas, do emprego, da remuneração paga e da utilização da capacidade instalada do parque fabril.

 

A análise do Iedi destaca, porém, que os meses de janeiro a março foram marcados por fatores pontuais como a antecipação das compras de veículos e de outros bens duráveis que à época estavam isentas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Benefício que terminou no final de março. Em razão disso, a evolução da produção no trimestre de abril a junho colocou a indústria em uma trajetória mais equilibrada de crescimento, de acordo com o Iedi.

 

Embora tenha emitido o sinal amarelo, o instituto mantém a expectativa otimista de que a indústria volte a crescer nos próximos meses, não mais no padrão de crescimento do primeiro trimestre, mas “em um ritmo mais condizente” com a capacidade produtiva. O Iedi chama atenção, contudo, para o fato da atividade industrial ter caído mais acentuadamente em setores que sofrem concorrência mais forte das importações, em decorrência, principalmente, do real valorizado, como acontecia antes da crise financeira internacional, agravada em setembro de 2008.

 

Edição: João Carlos Rodrigues