Cuba nega reformas de mercado na economia

02/08/2010 - 6h22

Da Agência Brasil

Brasília - O governo de Cuba descartou ontem (1º) a realização de reformas de mercado na economia, embora admita a redução da participação do Estado em algumas áreas. As informações são do ministro da Economia cubano, Marino Murillo.

De acordo com ele, o governo cubano pretende realizar uma “atualização” do modelo econômico com “muita calma”, mantendo o controle da economia do país de forma centralizada. As informações são da agência BBC Brasil.

“Não se pode falar em reformas. Estamos estudando uma atualização do modelo econômico. Está em estudo e com muita calma”, disse Murillo. Segundo ele, o “planejamento centralizado” continuará predominante na economia e, embora exista a possibilidade de liberalizar alguns setores, a maior parte das empresas continuará sendo estatal.

“Hoje, o Estado tem [o controle de] um grupo de atividades que tem que descartar. O Estado não tem que se ocupar de tudo. O Estado tem que se ocupar da economia das coisas mais fortes”.

As informações de Murillo foram dadas no momento em que Cuba procura meios de sair de uma crise econômica que já se arrasta por anos. Apesar da crise e das dificuldades, o ministro descartou ontem seguir o caminho da China – que recentemente aprovou reformas de mercado sem, no entanto, renunciar ao controle político.

Como exemplo, o ministro citou a decisão de abril quando foi autorizado que barbeiros e cabeleireiros aluguem espaços e paguem impostos em vez de receberem um salário mensal. Segundo Murillo, a experiência pode ser expandida para outros setores. No entanto, ele não especificou quais as novas áreas que poderão ser atingidas pela medida.

A permissão para que barbeiros e cabeleireiros administrem os próprios negócios é uma grande modificação em relação às regras impostas por Fidel Castro em 1968, que nacionalizaram todos os pequenos comércios de Cuba.  Também houve permissão para que alguns taxistas trabalhem por conta própria, além da concessão de terras estatais improdutivas a camponeses.

Edição: Graça Adjuto