Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, disse hoje (22), ao participar do Fórum Empresarial de Comandatuba, no litoral sul da Bahia, que a projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI) de crescimento de 5,5% para a economia brasileira neste ano está aquém do que a realidade do país projeta.
Ele comemorou o fato de o FMI corrigir a previsão de crescimento, que era de 4,7% no relatório anterior, para 5,5%, no relatório divulgado ontem (21), mas destacou que a previsão ainda é conservadora. Ele lembrou que a estimativa do BC e da média de uma centena de economistas do mercado privado, ouvidos na última sexta-feira (16) pela pesquisa Focus, é de 5,8% para o Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas e serviços produzidos pelo país.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, afirmou que acredita pouco nas projeções, em especial quanto à estimativa do FMI para um PIB de apenas 4,1% no ano que vem. Ele disse que é “cético com previsões de economistas”, principalmente quando vêm de fora, e não acredita que pressões inflacionárias possam provocar redução de mais de 1 ponto percentual na atividade econômica brasileira em 2011.
O Banco Interamericano de Recuperação para o Desenvolvimento (Bird), mais conhecido como Banco Mundial, também divulgou projeções que coincidem com as do FMI (crescimento de 5,5% para a economia brasileira neste ano e de 4,1% para 2011). Para a América Latina e o Caribe, coincidem as previsões. A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), órgão das Nações Unidas, prevê recuperação de 4,1% para a região como um todo, liderada pelo Brasil, com aumento de 5,5% neste ano.
O economista-chefe da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, afirmou que a reavaliação feita pelo FMI é natural e “demonstra otimismo” com a recuperação da economia nacional. Ele acha normal que as projeções de organismos internacionais sejam mais baixas que as estimativas nacionais e lembra que a última avaliação da CNI, feita há três meses, também apontava para evolução de 5,5%.
Edição: Lana Cristina